segunda-feira, 17 de maio de 2010

Chegou a minha vez - fomos assaltados

Sábado fomos roubados, eu e Tainá, minha namorada, justo em frente à casa dela. A comemoração que as crianças fizeram ao nos avistar chegar, da sacada, não tardou a se transformar em completo desespero quando três homens armados nos abordaram. Dois deles estava distantes cerca de 15 metros, como se estivessem atravessando a rua, e não lhes dei muita importância. O terceiro, que estava armado, saiu das sombras de outra esquina e, mostrando um revólver enferrujado, mandou-nos voltar ao carro. Resolvi ser enérgico, sem ser agressivo, e disse: “deixem ela ficar”. A primeira resposta foi um sonoro não, ao qual não me rendi: “por favor, deixem ela ficar, levem só a mim”. Sabia que poderia suportar bem um bocado de coisas, mas não suportaria e provavelmente reagiria a qualquer maltrato ou abuso contra minha namorada. Não sei se diante à minha firmeza, concordaram em deixá-la, mas a afirmação de que somente eu iria despertou nela um sentimento de proteção desmesurado – diante de três bandidos armados, ela se postou diante da porta do motorista e, a plenos pulmões, gritava que eles não me levariam. O bandido que estava ao meu lado, como quem pede o açúcar na mesa, se dirigiu ao que estava armado e disse – “me passa o ferro que eu vou matar ela”. Tive que fazer alguma coisa e eu mesmo a peguei e tirei da porta, a coloquei na calçada e disse: “deixe eu ir”. Queria mantê-los longe de tudo e de todos, partir para qualquer lugar que fosse distante o suficiente. Já no carro, nós quatro mantivemos a calma e fomos conversando por todo o caminho – eu informava o que faria, eles nem tocaram em mim. Disse que colocaria o cinto, que ligaria o ar e acenderia a luz. Eles me ofereceram o celular para ligar para a Tainá e informar que estava bem. E o celular dela tocou na bolsa - obviamente – a perda material que se avolumava. Encontraram meu computador, um resistente MacBook de uns três anos que estava no carro por acaso. Pedi: “deixem o computador, tem toda a minha vida aí dentro”. A resposta, mais do que cortês: ”Não podemos. Temos que levar tudo”. Disseram que deixariam os chips dos celulares, assim como documentos e cartões. Mas como se tratavam de dois Iphones, que necessitam de uma chave especial para a retirada do chip, me informaram que, infelizmente, não poderiam fazer aquela camaradagem. Meus documentos ficaram, mas os da Tainá foram levados, acho que por preguiça de revistar em minúcia a enorme carteira feminina. Perguntaram se meus óculos escuros eram valiosos e respondi que eram de grau. Foram jogados em um canto. Fui informado do lugar onde deveria deixá-los, que eles queriam “somente fuga”, e assim seguimos. Mantive a calma, conversei com eles todo o tempo, e até parei o carro longe da visão de uma viatura, a parada incômoda no sinal que se fazia necessária. Queria deixá-los em algum canto e seguir com minha vida, e o que menos queria era encontrar com um carro de polícia que me transformasse no refém com a arma na cabeça, a imagem estampada na capa do jornal de segunda-feira. Chegando ao local que inicialmente me foi informado, ocorreu uma breve discussão e resolveram mudar o ponto de desembarque. Nova andança, novo local, mais martírio. Tive a sorte de lembrar da trava de crianças nas portas traseiras e informei ao bandido que estava ao meu lado – “você sai na frente e abre a porta para eles, sem muito alarde para não chamar atenção”. Me agradeceram. No local combinado, tudo feito de acordo com o que tínhamos acertado, desceram do carro e ainda me agradeceram: “geralmente a gente leva a chave do carro, mas como tu foi bacana, não vamos levar a tua. Obrigado e desculpa qualquer coisa”. Fiz um tímido sinal de ok com a mão, perdido e amedrontado que estava, e nada mais me restava fazer. Fui deixado na esquina das ruas Mundurucus com Teófilo Conduru, na divisa entre Guamá e Terra Firme. Dei meia volta e sai para procurar uma viatura de polícia que pudesse me dar apoio! Encontrei um carro da PM que, já tendo presenciado um crime, se dirigia para a delegacia com um carro roubado que acabaram de achar, a cidade que não pára. Bem perto de onde estava há a Seccional de São Bras, e resolvi me dirigir para lá. Só para me revoltar – um único policial civil que dormitava me disse que nada poderia fazer pois estava só, e que nem mesmo ocorrência poderia registrar pois não havia escrivão. Me apontou uma fila gigantesca no hall de entrada da Seccional e disse: “estão todos esperando”, como se aquilo fosse normal. Quando questionei o que deveria fazer, o sonolento policial civil foi mais absurdo ainda: “ligue para o 190 do telefone que está naquela mesa e veja se podem lhe ajudar”. Imaginem a surpresa ao escutar um policial dizer isso, o mesmo que deveria me proteger fazendo pouco caso de mim e de todos, o “te vira” que não foi dito mas estava lá, cortante! Minha resposta a tal oferta, antes de virar as costas e sair, foi: “nada funciona nesse País”. Ele deu de ombros. No caminho de casa encontro outra viatura. Paro ao lado e peço ajuda – cordiais, perguntaram a marca de meu carro e, diante das informações que lhes passava, questionaram se me chamava Fernando Sampaio, advogado. Alívio. Ouvir meu nome da boca de um policial significava, naquele momento, que alguém estava fazendo seu serviço. Estacionei e sai para falar com eles. “Estávamos lhe procurando mas não podemos ir ao local em que você os deixou. Temos outros sete carros na mesma situação, a cidade está um inferno”. Sete carros!? SETE!!? Sete carros ainda em seqüestro, em uma noite de sábado, e eu livre já. Agradeci a e resolvi voltar para casa, acalmar minha namorada que chorava de joelhos na calçada, quando sai, e minha filha que urrava, da sacada, pedindo pelo pai. Procedimentos policiais, perseguição, tudo ficaria para depois. Agora queria voltar para casa e dizer que estava bem. O PM que me atendia ainda me ofereceu seu celular para ligar, avisar alguém, gesto simples mas fundamental prova de humanidade. Liguei para meu pai, que saberia manter a calma, e pedi que telefonasse aos demais informando que estava voltando. Voltei. Diante da casa da Tainá se avolumavam umas vinte pessoas, muitos que eu nem conhecia mas lá, dando força e fazendo vigília. De longe joguei luz, a ânsia de dizer que estava bem, que estava ali. Enquanto procurava um lugar para estacionar ouvia passos barulhentos que corriam na calçada e sabia ser minha filha. Desci e fui cercado de abraços, Tainá, sua mãe, dona Nilda, e minha filha, Maria. Choravam muito, mas me viram sem nenhuma marca, sem nenhum ferimento, vivo. Junto aos rostos dos desconhecidos encontrei o de bons amigos, como o Eduardo, major da PM que estudou Direito comigo, e do Damaso, vizinho da Tainá que, mesmo diante de mil ocupações, uma festa para organizar, parou tudo para tentar me encontrar. Logo chegaram três viaturas da Polícia Civil, chamadas pelo Eduardo, e uma da PM. Me deram todo o apoio possível e me pediram para ir à Seccional do Comércio registrar a ocorrência antes negada. Hoje, ainda capítulo doloroso disso tudo, verei fotos e tentarei recuperar o que puder, nem que seja a esperança de que algo ainda funcione nessa terra. Me disseram que se conseguir reconhecer um dos bandidos existe possibilidade de encontrar as coisas, a falta grande que sinto de meu computador, uma vida inteira, mesmo que breve, de textos e fotos, a relutância em crê-los perdidos.

De tudo isso, eu digo: não quero mais, pira paz! Não quero mais Belém, os quarenta minutos de sempre para ir de um ponto ao outro, qualquer ponto que seja; não quero mais o medo de qualquer esquina, o medo de qualquer escuro, a atenção de sempre que, um dia, sempre falha; não quero mais minha namorada que, ao me ver, chora, o medo de ter me perdido, ou a filha que nem consegue falar comigo ao telefone, nervosa, o medo de ter perdido o pai. O que resta? Um policial jogado, quase dormindo, na Seccional de São Bras, que diante da fila de pessoas sonolentas, que precisam estar ali, nada faz. Um homem concursado, treinado, pago com dinheiro do meu imposto, e que se limita a me apontar um telefone e dizer: “liga para alguém e busca ajuda”! Só faltou ele completar com um “se tu quiseres”, a frase que não ficaria mais jocosa à aquele que esteve sob ameaça, com medo.

Dessa terra não sei mais o que esperar, a notícia triste de que alguém que conheço foi baleado, a loucura diária de se morrer por nada, sem nem saber a razão.

Os depoimentos são tristes – Damaso informava que no prédio dele, diante do da Tainá, TODOS já haviam sido assaltados da mesma forma, e que ele só esperava a sua vez. Eduardo, major da PM, e Fernando Sampaio, policial federal que tem o mesmo nome que eu, enquanto me ajudavam relatavam seus seqüestros. Carro blindado? Para quê? Eles te pegam na saída, o pulo gatuno da sombra que te pega de surpresa!

Dessa terra não sei mais o que esperar, e nem sei se ainda quero esperar algo, a espera eterna que se torna cansativa e enfadonha, a espera que um dia as coisas possam ser diferentes, a solução que nunca chega. Na Seccional do Comércio, uma policial triste me dizia – “a gente prende hoje e, amanhã, eles estão na rua fazendo tudo de novo”.

Agora, com a cabeça fria, fico pensando em diversas reações que poderia ter tido: com as portas traseiras travadas, poderia tentar correr, alguma artimanha na hora em que vi uma viatura policial; alguns anos de judô me dão a certeza de que facilmente poderia ter derrubado o rapaz que estava com a arma, uma desatenção qualquer dele que lhe seria fatal; ou quando me deixaram, que saíram andando normalmente bem na frente do carro – com o bom motor do meu citroën ligado, poderia ter passado por cima deles, especialmente daquele que sabia estar armado. Mas nada disso é racional, tudo são suposições baseadas na revolta que nos aflige depois do fato – certamente não teria sido rápido o suficiente e acabaria sendo baleado se tentasse sair do carro; um deles poderia ter outra arma não mostrada, e mesmo que eu derrubasse um, não teria como lutar contra os três; passar por cima deles, mesmo que fosse a opção mais racional dentre estas, vai contra minha humanidade: não sou um assassino e meu instinto é de preservar vida, não tirá-la (além do mais, sejamos corretos – os bandidos foram até gentis comigo. Passar por cima deles seria deselegante). Além disso, eles estavam no seu setor e, certamente, deviam ter alguém mais que lhes desse cobertura na fuga.

Correta está Tainá: “sua reação foi acertada, prova disso que estas aqui conversando comigo, sem nenhum ferimento, sem nada”.

E assim seguimos, tendo sorte. Tive sorte dos bandidos terem aceitado que Tainá ficasse. Tive sorte de ter mantido a calma e conseguido pensar, não reagir de forma tresloucada. Tive sorte de, dentro do possível, ter encontrado ladrões minimamente profissionais e centrados, não uns nervosos drogados, o dedo leve no gatilho que poderia colocar fim na minha vida por um “ai” qualquer. Sim! Tive sorte. Mas até quando?


41 comentários:

Luana Leide disse...

Eu nem sei o que dizer. Cliquei no 'comentar' com raiva, pra tentar desabafar, talvez, pra manifestar a já corriqueira indignação. Mas agora eu não sei mais o que dizer. São as mesmas obviedades. A raiva, a indignação, a tensão do texto, o despreparo da polícia, a sorte e a falta dela...
Diante desse branco, só me resta respirar fundo e agradecer a não sei quem por ter preservado a vida de vocês. Já fui assaltada mais de 3 vezes nessa cidade e sinceramente, ando na rua pronta a próxima.
Espero muito de Belém, mas de pior.
Semana passada uma mulher lutou contra um bandido que tentava assaltá-la dentro da delegacia...
Estamos tão expostos, tão expostos.
Enquanto isso, vamos contando com a sorte e temendo o azar.

Abração, Fernando.
Saúde a vc e sua namorada!

Yúdice Andrade disse...

Meu amigo, passei anos comemorando que jamais fora assaltado. Até que em 2007 aconteceu, dentro de uma lanchonete. Acho que não lias o meu blog naquela época. Assim como escreveste "Chegou a minha vez", eu escrevi "Virei estatística". Como se nós dois, de algum modo, esperássemos por isso.
Na minha experiência, uns quarenta clientes da lanchonete ficamos reféns por 15 minutos. Segundo o delegado, porque para nós foi bem mais do que isso. Sete assaltantes. Nem vimos todos. Só dois foram presos. Fui ameaçado de morte, houve tiroteio, um inocente foi ferido na perna. Estávamos todos jogados no chão. Minha esposa chorava. Meu irmão teve um pico de pressão seríssimo.
E depois vieram as nove horas e meia de humilhação na Seccional de São Brás. Pelo visto, uma seccional reincidente.
Lamento muito e externo a minha maior solidariedade, além do alívio por estares bem, fora os traumas. Pena que tua filha acompanhou tudo. Mas ela há de superar.
Se com a polícia não, com o apoio dos amigos podes contar.

Maick Costa disse...

Tanto,

Em solidariedade quero deixar aqui um tremendo PARABÉNS pela sua calma diante de uma situação dessas e expressar minha imensa revolta com alguns agentes públicos.

Com toda a certeza, quaisquer atitudes "tresloucadas" poderiam resultar em um desfecho trágico. Infelizmente a nossa querida Belém sofre de um abandono impressionante e nós, moradores, não sabemos mais o que fazer.

Em poucos meses morando em São Paulo, posso, com toda a certeza dizer que: guardada as devidas proporções, Belém é muito mais perigosa que São Paulo.

Mas não devemos ficar parados. Deve haver algo que possamos fazer: passeatas, abaixo-assinados, piquetes na câmara, prefeitura e palácio do governo. Ah é verdade, eleições estão aí.

Graças a Deus você está bem e nenhum mal fizeram a você ou a Tainá. Todos os anjos da guarda de seus amigos fizeram uma pausa na proteção de seus entes e lhe ofereceram suporte para mantê-lo calmo e os assaltantes também.

Que Deus sempre cuide de você e de toda a sua família e que mal nenhum os aflija.

Abraços,

Rodrigo disse...

Já fui assaltado várias vezes, mas pelo menos nunca tive carro, então só levavam a carteira e/ou relógio (e uma vez foi o celular) e ainda faziam a gentileza de deixar os documentos. Isso acontecia mais quando eu era adolescente e foi até os 20 e poucos anos. Já faz um bom tempo que não acontece, tomara que continue assim.

Bia, Desperate Housewife disse...

Parabéns pela calma e equilíbrio numa hora tão complicada!.... E que revolta!...

Nanda Melonio disse...

Sou do RJ, mas morei minha adolescência inteira em Belém e de uns dois anos pra cá me sinto mais segura aqui do que aí. É óbvio que aqui também há violência, mas é de um tipo diferente que a daí. Você disse bem: teve sorte de pegar "profissionais" e não drogadinhos tresloucados que podiam ficar nervosos e acabar com tudo em um centésimo de segundo. Você sabe que aí a última categoria que impera, e é exatamente o que me faz me sentir mais insegura de andar em Belém...

Um abraço.

Laila Braga disse...

Estou me esforçando pra ler tudo aqui... Enquanto não chego lah... Vou deixando apenas uma "nota de participação" =D

Luciana (@luvilanova) disse...

Infelizmente, esta realidade não é exclusividade de Belém (minha cidade natal, por sinal). Em Salvador, semana retrasada meu esposo teve o carro arrombado e levado seus pertences (laptop incluído) enquanto ele buscava nossa filha na escola. Semana passada, uma colega advogada, foi vítima de sequestro relâmpago no meio da tarde de quarta. Todas as estórias, tiveram o mesmo fim. Apesar de toda a raiva, o descaso, a vulnerabilidade, fica aquele sentimento meio que aliviado de que "poderia ter sido pior".

Pedrox disse...

Parabéns pela tranqüilidade e pela SORTE! Espero que o trauma seja logo superado.

Nathália Nagano disse...

A palavra que me vem na cabeça é indignação. Fiquei com lágrimas nos olhos ao ler o ocorrido. A que ponto chegamos? O escambo da vida por bens materiais... revoltante!

Que deus proteja todos nós!

Abraços.

Anônimo disse...

PUTAQUEPARIU! Ainda bem que eu não soube na hora. Ser incapaz de ajudar nessas horas é frustrante.

Fiquei com dor de cabeça ao ler o seu email, te liguei na hora, sem sucesso (óbvio).

ISso é revoltante. SETE ASSALTOS. sete num dia !!
Você teve sorte... espancaram A MÃE de uma amiga minha. A MÃE!!

Você teve "sorte"- de não ter sido morto por besteira, seles não estarem drogados. De não terem "bulinado" com você ou a Tainá.

Mas SORTE mesmo teríamos se isso não precisasse acontecer. SORTE teríamos se a polícia não fosse tão incompetente... Sorte seria se não precisássemos nos prender porque eles estão soltos.. :(

Te abraço.
Bocó

Unknown disse...

Ola. Me chamo Alexsandro Baia e sou Capitão da PM. Vi o link do teu relato no Twitter e vim conferir. Confesso que fiquei feliz em saber que uma guarnição da PM é quem te deu todo o apoio necessário naquele difícil momento. Não conheço o Maj Eduardo (eu acho) mas já fiz várias vezes o mesmo que ele fez: auxiliei amigos em situação parecida. E tenho auxiliado. Dos males o menor, visto que o teu maior bem (vida) saiu disso tudo intacto. Revoltante é a resposta do Policial Civil, inconcebível! Ele pelo menos poderia ter utilizado a rádio comunicação pra acionar uma viatura da PM, ja que ele atestou a incompetência dele em te atender. Atitudes como a dele são uma constante no âmbito da PC infelizmente, e pasme: eu ja passei por isso e estando de serviço. Imagine o cidadão civil vítima de ilícitos. Oriento vc a procurar saber o nome desse policial civil (através dos policiais militares q te atenderam) e recorrer não a Corregedoria da PC, mas sim à Ouvidoria e ao MP. É inaceitável. A atitude dele acaba maculando a imagem da classe dele. Abraço!

Tainá Aires disse...

Agora, a única coisa que me conforta é dizer, olhando nos teus olhos, que te amo. E que nada, nada mesmo, me deixa mais feliz do que saber que aquele não foi o último dia em que te abracei.

Beijos,

Tainá Aires

Luluzita disse...

Fernando, cheguei aqui por um link do twitter, nem lembro quem..mas vc tomou a escolha certa.. todas as lembranças que vc quer ter,que te importam , estao dentro de vc! o resto é superfluo, acredite =)
geralmente essas pessoas estao sob efeito de drogas e sem raciocinio.. trabalho em um hospital geral , e todos os dias atendemos as vitimas dessa violencia, nem sempre com sucesso.
Muito legal vc ter ficado calmo e ter tirado sua namorada da cena, e muito mais legal vc estar vivo e bem, só frustrado e chateado, mas pronto pra recomeçar tudo !!
quem sabe em uma cidade menor?
boa sorte

@penichao disse...

Tenho tido sorte, ainda não chegou a minha vez, mas tenho medo.

sempre ouço histórias de amigos que foram assasltados. o pior, devido minha origem humilde, conheço pessoas que assaltam, que alugam armas pra bandidos e que compram roubos. não sei onde isso vai chegar e também nao sei qual é a solução.

neste fim de seman li no jornal que 70% dos presidiarios paraenses tem entre 17 e 20 anos. sei que falta trabalho, educação, esporte, lazer, segurança pública,... mas penso que o problema maior é a falta de estrutura familiar.

mas parabens pela sua atitute tranquila, quando for minha vez espero seguir teu exemplo.

. disse...

Graças a Deus ainda não entrei nessa estatística, mas sei que, morando no Brasil, hei de entrar em alguma hora, infelizmente.

Lendo teu relato, rezarei é pra ter a tua calma e tua sensatez quando chegar a minha vez. Isso, sim, é o que está em minhas mãos.

Te mostraste grande, gigante! Parabéns!

Unknown disse...

Minha irmã foi levada assim mesmo na frente do nosso prédio... ela, e minha sobrinha que estava com 1 ano... 3 bandidos apontando arma e tudo... daí fui procurar se dava para processar o Estado por sequestro-relâmpago... o que para mim deveria ser o certo a fazer... e me espantei ao ver algum minstro do STF (não lembro qual agora) falar que se as pessoas quisessem mais segurança que contratassem segurança particular... ¬¬ muito fácil falar isso para quem anda com seguranças por causa do cargo... e o resto da população?! O Estado deveria ser processado por cada assim, pra ver se tomava vergonha na cara e propusesse um sistema de segurança pública decente... depois de sentir no bolso acho que isso iria acontecer...
Ainda bem que nada (muito grave) aconteceu com vocês...

Lucia Tupiassu disse...

agradecer pela "sorte" de ter pego bandidos "profissionais", receber "parabéns" pela calma... essas e outras inversões de valores a que fomos obrigados a ceder (e concordo que é mesmo melhor pensar assim) são o que há de mais injusto e cruel nisso tudo.

Francisco Rocha Junior disse...

Fui estatística há 15 anos, quando ainda nem era "moda" esse tipo de assalto. Queria tivesse passado minha vez, e que assalto fosse que nem catapora, que só se pega uma vez.

Saúde, Fernando. E proteção divina, que só a isto podemos recorrer, nessa nossa terra.

irna cavalcante disse...

Poxa Fernando ainda bem que tivestes toda esta serenidade em um momento como este. Fostes mesmo um grande exemplo para todos nós.
Infelizmente, como muitos já disseram, temos que conviver com esta triste realidade: de ter que contar com a 'sorte' de encontrar bandidos 'profissionais', já que, na maioria das vezes, a polícia é amadora.
E eu sei que numa hora dessas, qualquer coisa que se diga não ameniza o sofrimento e o prejuízo (material e emocional), mas fostes mesmo abençoado de não terem feito nada com vc e a Tainazinha.
Gosto muito dos dois. E melhores dias para todos nós!

Anônimo disse...

mano escrevo agora pq soube no sabado por meio da michy. até pensei "po, la vem sacanagem desse povo" e como não vi mais a michy relaxei.

agora lendo teu post nem sei o que dizer pra ti, tainá e os familiares e amigos.

a unica coisa q me vem à cabeça é "que bom que tudo terminou bem bicho."

max jr

Anônimo disse...

Uau! Completamente chocada. Concordo plenamente com a Lúcia. Para mim, só uma revolta popular salva Belém. Pq aqui, nem na hr do voto temos opções...é terrível viver numa bolha...

espero que se recuperem da melhor forma possível,
mademoiselle_u.

patibrasil disse...

Sei perfeitamente como te sentes. Passei por uma parecida, duas horas com cinco bandidos armados no meu carro. Da mesma maneira, eles queriam fugir e pegar qualquer coisa. Tinha ido almoçar com minha mãe no dia do aniversário dela e me pegaram no meio do caminho. Como tava no celular, a família toda ficou sabendo na mesma hora. Como tu, tive calma e acabei "amiga" dos bandidos. A trava de criança do meu carro também tava acionada e por conta disso quase eu morro, "ela tá de graça, apaga logo", falou um deles. Gelei. Deixei o último perto da federal e parei lá para aos prantos ligar para mamãe e dizer que tava bem. Cheguei em casa e a família toda já me esperava. Minhas irmãs e minha mãe choravam e me abraçavam. Meu pai veio de barcarena em menos de 1 hora e também não queria parar de me abraçar. No tempo que eu estava "sumida" minha mãe chegou até a entrar no lugar onde os caras que me pegaram tinham feito um assalto antes e ainda chegou a ver algumas pessoas presas por cordas, chorando assustadas. Eles tinham feito uma festa lá. Nem imagino o que passou pela cabeça dela mas tenho certeza que sofreu bastante.
Tento não pensar muito nisso pra não ficar com medo de viver mas quando li teu post não pude deixar de me emocionar. Vivi o mesmo e sei que é foda. Mais foda que isso só essa sensação de insegurança que nunca mais nos abandona aqui em Belém. É muito foda.

Rafael Faraon disse...

Ótimo relato de uma experi^rncia revoltante

Anônimo disse...

Tomara que estejas melhor agora... E que essa sensação de impotência passe logo. Se é que ela vai passar um dia.

Abraços.

Anônimo disse...

O importante é que estais bem. Mas eu sempre soube que qdo tu te deparasse numa situação assim, irias saber se portar como manda o bom senso...

Mas o que mais me irrita é saber que depois de passar por uma situação desagradável ( infelizmente comum ) como esta, saber tb que podemos nos deparar com um profissional como o que te atendeu na delegacia.

Morando esses + de 10 anos ( somados ) em Blm , felizmente eu ainda nao faço parte da estatistica ...

Mas é isso meu amigo... beijo no coração, Deus te abençoe sempre.

W

Pris disse...

Notícia da minha mãe ao telefone aos prantos: "Fernando foi sequestrado!!!". Eu que estava em Mosqueiro em um casamento saí sem me despedir, amparada pelo meu marido. Caida em choro, a falta de ar e a vontade de vomitar. Um fim de semana "comum" em que a minha filha vai passar com o pai. A notícia "incompleta" da minha mãe, me fez pensar que a Maria estava tb nas mãos dos sequestradores. Fiquei desesperada! Afinal, também passei por isso, horas nas mãos dos bandidos, depois, graças a Deus, minutos longos pela Arterial 18, perambulando, atrás de ajuda, depois que me "largaram" em uma rua escura. Tb tive "sorte" e hj estou aqui viva pra te dizer: que bom que tu estas bem, Fernando! A Maria continua assustada e agora tem certeza que esse mundo não é nem um pouco parecido com o das histórias em quadrinhos e com os contos de fada em que o bem sempre vence o mal! Infelizmente. Bjs, Priscilla

Marcelo Damaso disse...

Fernando, não consegui ler todos os comentários e relatos de quem também passou por esse terror. E sei que todas essas pessoas que comentaram conhecem pelo menos umas 10 que passaram pelo mesmo. É o reflexo de um país que não capacita e não remunera bem seus policiais, de um país de gente mal educada, desesperada, miserável e de total descontrole de porte de ilegal de arma. O problema não é só em Belém. Antes fosse, assim a gente saberia para onde correr.

O comentário de que "Belém tá foda" é o mesmo de que "Curitiba tá foda", "Porto Alegre tá foda", "Fortaleza tá foda", "Recife tá foda". O problema não é só a cidade.

Parabenizo não só a tua presença de espírito como o texto bem escrito e alertador. Senti medo lendo. O mesmo medo que te descrevi na noite do ocorrido, o de ser o próximo.

Ainda lembro dos gritos da Tainá, de ver teu carro partindo e da sensação de impotência que predomina numa hora dessas, em vê-la no chão sem força pra conseguir levantar. Peguei me telefone e liguei pra tudo o que me lembrava, até para um amigo fotógrafo de caderno policial que tem contato com tudo o que é policial.

Lembrei também que no começo do ano fui eu que tive o carro arrombado e perdi meu notebook com três anos de trabalho.

Desejo boa viagem ao casal. Curtam os momentos bons e esqueçam oq ue passou. Um raio não pode cair duas vezes no mesmo lugar.

Suerte, amigos.

Robson Almeida disse...

Continuando...

Você aí, profissional que está lendo isso aqui, gostaria de servir de palhaço para um bandido que você prende e que fica rindo da tua cara, além de ameaçar a tua família quando fosse solto?...
Qual seria a tua atitude?
Só vejo duas saídas, nesse caso aqui do policial da minha rua: OU ELE MATAVA O FILHO DA PUTA, OU DEIXAVA PRA LÁ E FINGIA QUE NÃO VIA.
Acho que ele optou pelo mais correto, porque se ele mata esses fudidos, viria, inclusive, o tal DIREITOS HUMANOS defender o bandido e incriminar o policial, como aconteceu com aquela idiota da OAB que é presidente, dizque, da comissão de direitos humanos, quando se referiu aquele safado que matou um policial com um tiro na cara e ainda fez uma mãe de família refém em um parada de ônibus.
Alguém aqui lembra?
Ele foi morto pelo policiais e essa advogada idiota me aparece na TV dizendo que iria averiguar a morte do bandido pra ver se ele levou tiro depois de estar no chão, porque "a sociedade quer ele vivo e não morto".
Lamento lhe informar, idiota do caralho, mas ele tinha era que morrer sim, pois acabava de matar um pai de família que estava ganhando seu sustento. Fale por você, não fale por mim, advogada que o boi cagou.
Agora só falta vocês me dizerem que também não é justo matar ninguém e colocar, inclusive, comentários divinos pra justificar o injustificável.
Existe um ditado que diz: QUANDO ESTÃO EM APUROS, ROGAM A DEUS E CHAMAM A POLÍCIA. QUANDO TUDO ESTÁ BEM, ESQUECEM DEUS E EXECRAM A POLÍCIA.
Isso, meus amigos é a mais pura verdade, acreditem.
NÓS TODOS SOMOS ASSIM.
Então, pra finalizar:
PAREM DE FALAR MAL DA MINHA CIDADE.
PAREM DE FALAR MAL DA POLÍCIA.
EXERCITEM O DIREITO DE VOCÊS DE CIDADÃO E EXIJAM, DOS IDIOTAS PARLAMENTARES, MELHORES LEIS. LEIS QUE MANTENHAM OS SAFADOS ATRÁS DAS GRADES E QUE SEJAM PUNIDOS EXEMPLARMENTE.
Aí sim, se isso acontecer um dia no Brasil, eu darei apoio total à maioria das verborragias aqui bostejadas.
Fernando, que bom que estás bem cara. Será ótimo te rever vivo. Ainda bem que encontrastes bandidos paraenses, porque se fossem cariocas, estavas conversando com o Ayrton Senna agora, tenha certeza, tu e tua pequena.
Tenho dito...

PS. Pra espanto dos demais, não, eu não sou policial. Sou um cara que sei muito bem de quem cobrar, porém, me mantenho na minha, porque não quero me tornar estatística ou, então, martir. Quero cuidar do meu filho e vê-lo crescer, lindo e maravilhoso, que nem o pai. Se um dia vocês todos resolverem empunhar placas e irem pra frente das assembléias ou senados da vida, eu os acompanho, sem problemas, pois pra mim, a UNIÃO faz o açúcar e o açúcar nos dá força.
Nando, se achares interessante a minha opinião e quiseres colocar como post pra que todos possam opinar sobre o tema polêmico, fica a vontade.

Robson Almeida disse...

É incrível como falar mal de Belém vira diversão para certas pessoas quando um fato desses acontece e é relatado com tanta propriedade por ti.
Uma pequena lá em cima, pasme, vem me dizer como quem fala com crianças de seis anos - que não entendem quase nada - que o Rio está melhor que aqui... hahahahahahahaha... ledo engano seu, minha cara. Aí realmente é diferente, como dizes. Aí, eles matam e nem conversam. Aí, eles não agradecem, eles dão é porrada. Aí, até vereador tá batendo em porteiro que foi reclamar do barulho. Aí, minha cara, é o local que abastece o Brasil todo com drogas. Enfim, tantas e tantas coisas que, realmente, tornam os sequestros, ou qualquer outro crime, diferentes do de Belém.
Agora, que tal sermos adultos e realistas e vermos por um outro ângulo tudo isso que nos foi relatado, inclusive a atitude do policial sonolento?
Me acompanhem...
Em frente à minha casa moram um policial - muito respeitado, honesto e competente - e, também, algumas dezenas de bandidos, traficantes inclusive.
Pois bem.
Aquando da vinda do miliciano pra cá, as coisas melhoraram. Ele, preocupado com a família, fez algumas prisões, inclusive do chefe dos bandidos. Da primeira vez que prendeu, cinco dias depois, o bandido estava solto e toda a sua corja também. Veio a segunda e a terceira prisões, acompanhadas de suas devidas solturas logo após alguns dias.
Sabe o que aconteceu?
Muito simples...
O chefão foi na casa dele e disse que se ele insistisse em prender os bandidos da rua, a família dele é que iria morrer.
Vocês conseguem entender a extensão disso?
Alguém aqui é tão simplista que não consegue visualizar o que é muito bem visualizado por mim, que moro aqui?
Talvez não né?
Talvez a nossa amiga que diz que o Rio é diferente, more em um belo apartamento, e curta o seu gostoso split e tenha a visão limitada pela película de suas janelas.
Fico emputecido seriamente quando essa mídia vagabunda que estamos submetidos diariamente informa em letras ou palavras garrafais: "O CRIME COM REFÉNS EM BELÉM AUMENTA A CADA DIA".
Porra, é simples merda...
Se o crime está com reféns e a polícia está do lado de fora negociando, caramba, é porque a polícia frustou o dito cujo?
Ou me engano?
Pior seria se o crime não tivesse reféns porra.
Agora, não me venham dizer que a polícia tem que evitar isso, não me venham com essa xurumela pra boi dormir.
Pra isso eu vos falo o seguinte: EM VEZ DE VOCÊS XINGAREM MINHA CIDADE, QUE TAL ESCREVEREM PARA OS FLHOS DAS PUTAS QUE VOCÊS BOTARAM LÁ NO CONGRESSO OU EM QUALQUER LUGAR PÚBLICO E PEDIREM PRA ELES MUDAREM AS LEIS?
Acho essa idéia sensacional... por demais, até...
Em países sérios, a polícia é respeitada e causa medo. Aqui, os fudidos riem da cara do policial, sabe porque, porque a lei os protege. Esses bandidos aí que atacaram o Fernando, aposto, já devem ter passado milhões de vezes pela cadeia. Alguém aqui duvida?
Aposto que algum deles, inclusive, já deve ter matado alguém.
Alguém aqui duvida?
Mas estão aí, soltos, e sabem porque?
Não é por causa da polícia não?
É por causa dessas leis vagabundas que temos, que foram feitas por políticos que vocês colocaram lá. Que eu coloquei lá...

Continua...

Franssinete Florenzano disse...

Fernando, só agora li teu terrível relato. Eu, meu marido e minha filha também já fomos assaltados, separadamente, sob ameaça de armas, mas felizmente não fomos levados pelos bandidos.
Compartilhamos tua indignação pelo que passaste.
Graças a Deus tiveste a melhor atitude e preservaste tua vida e a de Tainá.
Vou fazer um post no meu blog com link para cá, a fim de chamar a atenção de todos para esse horror diário que se transformou nossas vidas numa verdadeira roleta russa.
Fica com Deus e conversa muito com tua filhinha para que ela supere esse trauma.
Abração.

Gabriella Florenzano disse...

Caramba, Tanto, só agora fui saber que vocês foram assaltados. Como é "normal", já passei por isso, uns 5 anos atrás. Tive muita sorte também, na ocasião nos deixaram ficar, salvei minha carteira e meu celular dentro da roupa, mas levaram o carro do meu namorado na época com um caro aeromodelo e seus equipamentos, aparelho de dvd, tênis e roupas... Depois o carro foi achado, depenado, claro. Enfim, graças a Deus estamos vivos e devemos olhar pelo lado positivo das coisas, mas eu não vou aceitar nunca que estejamos todos sujeitos a passar por um trauma desse tipo e morrer, como tu disseste, por um "ai", por causa do descaso de quem deveria trabalhar por nossa segurança. Li o e-mail da Maria, por muito tempo eu também SURTAVA se mandassem eu sair do carro sem ser dentro de uma garagem, tremia com qualquer barulho, me desesperava se qualquer estranho me olhasse... Infelizmente o mundo dos contos de fadas desmoronou muito cedo para ela, mas como sempre temos que tirar as lições das nossas experiências, o medo deve ser transformado em precauções e prevenções. Como diz minha mãe, o seguro morreu de velho.
Fiquem bem!
Beijão.

waldyr barreto disse...

Minha solidariedade, irmão!

Anônimo disse...

Amado Fernando,
Fiquei profundamente abalada ao ler o seu relato.
Receba um grande abraço de sua tia Ava que está orando por você.

Nelson Diniz disse...

Boa Tarde Fernando

Meu nome é Nelson Diniz, advogado como você e morador do mesmo prédio da sua namorada. Sou aquele que chegava em frente ao prédio quase no mesmo instante em que ocorria o assalto com vocês. Imagino que se não fosse ter parado no semáforo da esquina da Tv. D. Pedro I com a Benal do Couto, muito provavelemnte eu poderia ser a vítima. Mas sei muito bem o que você passou, pois já aconteceu comigo duas vezes. E você não imagina o alívio de todos nós que aguardávamos notícias quando a viatura parou na esquina e o policial comunicou que você estava bem. Que Deus lhe proteje! Pois, em Belém nos dias de hoje só com ele podemos contar na nossa segurança. Um grande abraço.

Tanto disse...

Vamos às respostas:

Luana - realmente, temos que contar com a sorte e temer o azar. Ontem foi assaltada uma mulher, no meio da tarde, situação bem parecida com a minha. Ela virou refém, eu não. Ou seja, não adianta deixar de sair de noite. Em Belém, qualquer hora é hora de sofrer.

Yúdice - obrigado pelo apoio. Na hora do pega para capar, pude ver bem claramente que posso contar com os amigos.

Maick e Nanda Meloni - tive sorte de ter calma, realmente. O que mais me espanta são as pessoas que dizem estar se sentindo muito mais tranqüilas fora daqui. Meu irmão acaba de voltar de São Paulo e diz que aqui ele está se sentindo amedrontado, como nunca se sentiu lá.

Rodrigo - que bom que teus assaltos foram pequenos, coisa pequena. E olha aqui a inversão de valores e situações - comemoramos assaltados pequenos. Comemoramos perder por pouco.

Tanto disse...

Bia, Desperate Housewife e Pedrox - obrigado pelo parabéns.

Laila - obrigado pela participação.

Luvilanova - a situação é igual em todo o Brasil, creio. E ainda estou embebido neste sentimento de "podia ser pior".

Anônimo das 13:35, 17 de maio - não conseguimos avisar ninguém pois perdemos toda a nossa agenda. Mas sabemos quem são os amigos com os quais podemos contar. És um deles, certamente, amiga.

Nathy, amiga - obrigado por ser amiga, obrigado por repartir a nossa dor, obrigado pela benção. Dividir isso com os amigos faz ficar menos pesado.

Alexsandro - depois desse dia, tenho encontrado uma participação maravilhosa da Polícia Civil. Tenho mesmo esperanças de encontrar alguns dos meus bens. Porém, importante capítulo disso tudo: A PM, ponta de lança desse mundo cão que Belém se transformou, foi realmente maravilhosa comigo na noite do ocorrido. O Cabo que me emprestou o telefone foi uma prova de humanidade dada por alguém que, certamente, deve estar embrutecido pelo dia-a-dia. E obrigado pelas dicas sobre Ouvidoria e MP - vou conversar com a Delegada do Comércio e ver como faço.

Tainá, amor - te amo. Escrevo isso antes de partimos para uns dias de namoro em Campos de Jordão. Te amo.

Luluzita - Uma cidade menor é meu sonho de vida. Porém, isso não depende só de mim... Minha única atitude era manter os caras longe da Tainá, levar eles para o mais longe possível. Consegui e fiquei bem. O resto, compro de novo.

Charles - obrigado pelos parabéns, e continue a ter sorte, sempre.

Waleska - disse isso para ti no tuiter - as pessoas se mostram grendes, gigantes, quando defendem os que amam.

Anaína - o pior é imaginar uma criança envolvida nisso tudo. Que bom que acabou bem. Quanto a processar o Estado, juro que é minha vontade... mas depois disso que você me diz, sobre a decisão do STF, realmente fico sem forças...

Lúcia e Irna - a inversão de valores rege nossa vida agora. Perder é o normal. O que importa é perder por pouco.

Francisco - obrigado pela força, obrigado pelo carinho.

Max, amigo - que bom que terminou bem... Ainda vais ter de me aguentar por alguns anos mais...hahahaha

Mademoiselle_u - a recuperação será boa, tenho certeza.

Pati - terrível teu relato! Espero nunca ver minha filha passando por algo parecido. Um abraço em ti e nos teus pais.

Rafael Faraon - a criatividade do paraense sendo utilizada para relatar coisas cruéis.

Anônimo das 23:24, 17 de maio - Estamos melhor sim. Também espero que passe, um dia.

W - amigo. Fique fora das estatísticas, ok? Ainda mais com tua câmera... Nossas fotos.

Pris - Não imaginas como eu dava graças pelo fato de a Maria não estar no carro comigo. Pena ela ter visto tudo, pena ela ter sentido coisas ruins, mas agradeço todo o dia pela Tainá e pela Maria não estarem comigo.

Damaso - podes achar que fizeste pouco, ou nada, sei lá. Mas você foi um que deu paz e força para a minha Tainá quando ela mais precisou. Por favor, redobra a atenção, pois não quero saber que o mesmo aconteceu contigo. Por favor. E uma coisa posso te dizer - a gente só sabe quem é nosso amigo no momento ruim. Pode contar conosco para qualquer coisa.

Robson - amigo, sabes que eu amo Belém com todas as minhas forças... Mas a situação está fora de controle.

Franssinete e Gabriella, queridas amigas - Obrigado pela força e pelo carinho. Sabe o que me faria muito bem, Franssi? Pupunhas (isso foi uma direta! hahahahaha)

Waldyr, amigo - obrigado pela froça.

Tia Ava, amada - quero um abraço teu. Isso me deixará bem melhor.

Nelson Diniz - Meu caro. Tendo as coisas corrido da forma que correram, que bom que foi comigo e não contigo. A gente nunca sabe qual a nossa reação, e a minha foi relativamente boa. Podias ficar nervoso, bater o carro, sei lá. Que Deus nos proteja, e me faz um grande favor - mantenha a atenção redobrada naquela esquina, ok? Não quero saber que o mesmo aconteceu contigo, e MUITO OBRIGADO pela força naquela noite.

Pris disse...

Hoje li a reportagem abaixo postada. Imagino que aqui no Brasil a vítima que seria condenada por se aproveitar do estado debilitado do ladrão...e etc, etc...È o tal dos direitos humanos às avessas:

"Ladrão apanha ao tentar assaltar ex-boxeador de 72 anos
Gregory McCalium, 23 anos, foi condenado a quatro anos e meio de prisão.
Barman estaria bêbado quando atacou Frank Corti com uma faca.


De acordo com a edição desta terça-feira (30) do jornal "The Sun", Gregory McCalium, 23 anos, atacou a casa de um aposentado e acabou levando dois socos no rosto - para azar do ladrão, a vítima era Frank Corti, um ex-lutador de boxe de 72 anos.



Corti e a mulher dele, Margaret, estavam em casa quando McCalium apareceu. Ameaçado com uma faca, o ex-boxeador não hesitou e bateu no invasor. Corti ainda conteve o ladrão até a chegada da polícia.


Segundo o jornal "Daily Mail", durante o julgamento, o promotor BrianPayne disse que o barman McCalium estava sob efeito de drogas, porque suas reações eram lentas. Ele estaria bêbado, depois de uma noite de festa, quando invadiu a casa do ex-boxeador.



McCalium fui condenado a quatro anos e meio de prisão, depois de o juiz dizer que ele "teve o que mereceu". Corti se disse satisfeito com a pena, que garante que o ladrão não "vai perturbá-lo por alguns anos".

Pris disse...

Hoje li a reportagem abaixo postada. Imagino que aqui no Brasil a vítima que seria condenada por se aproveitar do estado debilitado do ladrão...e etc, etc...È o tal dos direitos humanos às avessas:

"Ladrão apanha ao tentar assaltar ex-boxeador de 72 anos
Gregory McCalium, 23 anos, foi condenado a quatro anos e meio de prisão.
Barman estaria bêbado quando atacou Frank Corti com uma faca.


De acordo com a edição desta terça-feira (30) do jornal "The Sun", Gregory McCalium, 23 anos, atacou a casa de um aposentado e acabou levando dois socos no rosto - para azar do ladrão, a vítima era Frank Corti, um ex-lutador de boxe de 72 anos.



Corti e a mulher dele, Margaret, estavam em casa quando McCalium apareceu. Ameaçado com uma faca, o ex-boxeador não hesitou e bateu no invasor. Corti ainda conteve o ladrão até a chegada da polícia.


Segundo o jornal "Daily Mail", durante o julgamento, o promotor BrianPayne disse que o barman McCalium estava sob efeito de drogas, porque suas reações eram lentas. Ele estaria bêbado, depois de uma noite de festa, quando invadiu a casa do ex-boxeador.



McCalium fui condenado a quatro anos e meio de prisão, depois de o juiz dizer que ele "teve o que mereceu". Corti se disse satisfeito com a pena, que garante que o ladrão não "vai perturbá-lo por alguns anos".

Anônimo disse...

thanks for this great post wow... it's very

wonderful

Anônimo disse...

Fui morar no Rio quando tinha 2 anos, voltei pra belém com 6. Eu me lembro o tempo quando podiam sentar nas frentes das casas aí, eu era pequeno ainda. De repente, novo governo, a cidade se torna um completio CAOS sem fim. Vivia com medo, agora voltei pro meu amado Rio de Janeiro. Aqui também tem muita criminalidade, como a mídia mostra. Mas é diferente da presente em cada rua de Belém, como já mencionaram nos comentários, e bastante diferente até. Aqui eu ando pelas ruas cuidadoso, mas não com um medo de assalto eminente. Assim como consigo ter mais proteção quanto ao carro. Só consigo desejar boa sorte a quem ainda mora aí e não "desistiu" da cidade (quem sabe com um governo melhor as coisas mudem... queeem sabe...) E que você esteja bem agora, autor.