terça-feira, 31 de agosto de 2010

Dia do Blog

Segundo a Wickpédia, hoje é dia do blog. Tal determinação se deve ao fato - meio obtuso - de que a data, 31/08, lembraria a escrita da palavra B L O G (drogas, manolo!). Apesar da explicação meio maluca, a proposta é de que, neste dia, todos os blogueiros indiquem outros blogs de seu interesse e, com isso, formem uma rede cada vez mais consolidada.
Diante disso, optei por indicar 14 blogs, pelos mais diferentes motivos e, sobretudo, pelo que despertam em mim:

1. Blog da Tantinha - já que não há regra, ainda, referente ao nepotismo no mundo virtual, começo por este. O blog pertence à minha filha, que com nove anos escreve melhor do que muito marmanjo. Ele anda meio parado pela falta de tempo da pequena diante das olimpíadas de matemática. Mas ela voltará.

2. Arbítrio do Yúdice - um dos mais interessantes. Sempre com temas atuais, geralmente ligados ao direito, mas não somente isso - família, viagens e arte - de tudo um pouco se encontra lá. Foi uma das primeiras relações digitais que estabeleci, além de ser um bom amigo real, ainda dos tempos do meu estágio.

3. Blog Flanar - pela proposta e textos. É um blog coletivo, feito por boas mentes, com informações diversas sobre os mais variados assuntos - eles falam de música, política, leis, futebol, artes, tecnologia, etc.

4. Belenâmbulo - o blog que melhor representa Belém - mostra os problemas, desafios e armadilhas da cidade, mas expõe de forma única o que representa viver aqui - o amor, o bucolismo e os encantos da capital do Pará.

5. Quando a Barata Voa - são os desenhos que eu gostaria de fazer. Humor simples, seco e ácido, tudo nas mãos e mente do Paulo Nazareno, paraense que tem tiradas espetaculares.

6. Idéias que não tive - é justamente uma idéia que não tive. Um blog que apresenta novidades  que, infelizmente, não foram idéias minhas.

7. Blog da Franssinete Florenzano - notícias quentes e em primeira mão, tudo sobre os bastidores paraenses. Além disso, vale a pena seguir o blog por sempre lutar as lutas certas e necessárias.

8. Malícia de toda a mulher - uma visão única do universo feminino, escrito por quem já comeu o pão amassado pelo diabo-masculino, mas que sempre encontra uma forma de redenção. Bom para homens que queiram entender o universo das mulheres.

9. Barulho diferente - o publicitário Alamir Marinho nos brinda com peças de propaganda feitas de forma diferente, tipicamente um barulho inovador. São amostras de todo o mundo, coisa geralmente pouco divulgada, mas que ele tem o trabalho de catar para o blog.

10. Blog da Lu Brasil - somente ela é capaz de descrever a vida de uma família paraense de forma tão engraçada. Uma mulher que se divide entre o marido e três filhos, mais o trabalho no escritório e seu passatempo (hoje profissional), e consegue ser boa em tudo que faz. O humor e as sacadas valem a leitura diária.

11. / Norte - com excelentes reflexões da Marise Morbach, além de ótimas indicações do meu preferido, Júlio Cortaza.

12. Blog do Maick, Sobre o mundo e etc e Porão do Castello - três blogs que acabam de nascer, e por conta da sagacidade de seus donos prometem se destacar. Os primeiros textos foram empolgantes. E quem viver confirmará a indicação.

Vocês ganharam o Selo Domisteco de Qualidade, urru! Pela importância, podem pendurar na porta do banheiro, ao lado do papelete da Cosanpa.

Bastidores do debate

Com absoluta exclusividade, consegui fotos inéditas dos bastidores do último debate entre os candidatos.
Inicialmente ferinos, principalmente diante das câmeras, os senhores candidatos se mostraram amáveis e afáveis, praticamente num reino de fantasia, luz e magia, quando nos bastidores.
Se continuarem assim após as eleições, tão educados e gentis, este pleito será memorável e o Estado será um reino mágico de fantasia e avanço.
Vejam as fotos e tirem suas conclusões.

Candidatos acenam ao público que, por cinco reais/dia, gritava seus nomes.
Candidatos durante a foto oficial do evento (click de W. Mello).
Candidatos durante a demonstração de seus dotes artísticos (fase inspirada nos concursos Miss Mundo e Rainha das Rainhas da Sucata).

Agora eu pergunto:
Sabe quem é o pateta?
Você.

P.s.: adora a palavra pleito. Só perde para blunda!

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

O censo e o brasileiro

Charges enviadas pelo Carlos Sampaio.

Humor negro

Como humor negro ainda é humor - e não há lei em sentido contrário, muito menos decisão do STF ou do TSE, repasso a piada que me foi enviada pela Luciana Pombo (com pequenas modificações - quem as descobrir ganha um prêmio).
A vidente se concentra, fecha os olhos e fala: Vejo a senhora passando em uma avenida bem larga, em carro aberto, e uma multidão acenando.
A Candidata sorri e pergunta:
- Essa multidão está feliz?
- Sim, feliz como nunca!
- E eles estão correndo atrás do carro?
- Sim, por toda a volta do carro. Os batedores estão tendo dificuldades em abrir caminho.
- Eles carregam bandeiras?
- Sim, bandeiras do Brasil e faixas com palavras de esperança e de um futuro em breve melhor.
- Eles gritam, cantam?
- Gritam frases de esperança: "Agora sim!!! Agora vai melhorar!!!"
- E eu, como estou reagindo?
- Não dá pra ver.
- E por quê não?
- Porque o caixão está lacrado...

domingo, 29 de agosto de 2010

Playmobil

Do nada - de repente, não mais que de repente - a cidade se encheu de carrinhos com sirenes e símbolos da PM. 
Ocupados por dois policiais (geralmente), os tais carrinhos começaram a marcar presença nas calçadas das ruas mais movimentadas e, não raro, passei a cruzar com eles quase que diariamente.
Logo descobri que se tratava de contrato para melhorar a segurança na cidade mediante a locação de viaturas novinhas para os milicos.
Louvável... Louvável... A PM está equipada e a frota poderá ser trocada mais facilmente.
Mas eu me pergunto: agora, faltando pouco mais de um mês para as eleições, tudo melhorou? A cidade estará bem policiada e não precisaremos mais entoar o "quem poderá nos salvar" de todo dia? 
Maravilha... Maravilha...
Mas por que isso tudo não foi feito nos três anos anteriores de governo? 
Por que não se pensou nesta salvação nos dias tenebrosos de diários assaltos com reféns, seqüestros relâmpagos e uma penca de gente morrendo por nada? 
Por que somente agora, governadora? 
Por que não antes?
Vislumbro três resposta: [1] talvez agora, diante do pleito que significa referendo ao seu governo, a governadora queira mostrar que a cidade está bem guardada, com ruas tranqüilas e pacíficas, praticamente uma Suécia; [2] além de maquiar as ruas, a Governadora também evita, com o aumento do policiamento, um crime bárbaro e cruel que poderia jogar contra si a opinião pública (e ela escapou por pouco de sofrer com isso, graças a Deus!, com a bravura da sobrevivência da Marina Eiro!); [3] talvez seja genuíno interesse na melhoria da segurança na cidade, a capital mais violenta do país.
Qualquer que seja a motivação, espero firmemente que tais carrinhos não sumam de nossas ruas e calçadas após o mês de outubro, não importando quem seja o vencedor nesta cidade que se vê entregue à bandidagem, os donos absolutos de nossas vidas.
Chego até a agradecer pelo fato de a cidade estar bem policiada - mesmo que somente agora.
Mas deixo dois pontos de reflexão - e espero que vocês REFLITAM:
[1] Já imaginaram os pobres militares em perseguição pelas ruas de Belém, os bandidos num carro motor 1.4 e os milicos num carro motor 1.0 (se bem que tal perseguição seria de cinco em cinco metros por conta dos constantes engarrafamentos)? Obviamente os bandidos têm maiores chances de ganhar a partida.
[2] Já pensaram se os militares, agora em maior número e equipados com muitas viaturas, começarem a prender bandidos de forma acelerada? Onde vão colocá-los? As cadeias das Seccionais estão abarrotadas, os presídios também! Será que eles ficarão nos porões do Palácio dos Despachos?

Hoje é domingo, dia de caos em Belém

E então? O caos do barulho e da falta de respeito, o caos da propaganda política sem virtudes e da baderna, essa horda montada nos seus trios elétricos já passou na porta da sua casa hoje?
O domingo não é mais do Belenese. O domingo é dos caminhões de som, carregados de políticos interessados unicamente nos seus interesses, pouco interessados no sossego e na paz de quem quer paz, fazendo uma festa unicamente deles. E o domingo também é do mar de carros e motos, a maioria contratada por um belo DAS - ou pela promessa dela - e uns poucos idealistas.
O domingo, em Belém, não pede cachimbo. O domingo em Belém pede respeito.
Mas quem ainda respeita alguém nesta terra esquecida e consumida?
A segunda capital mais barulhenta. A primeira capital mais violenta. Belém!
Ninguém nos respeita, muito menos o político profissional.
E pensem: é esse político, esse mesmo que pouco liga para a sua paz que terá, pelos próximos quatro anos, a responsabilidade de administrar a coisa pública.
E vocês acham que, nesta função, eles farão diferente do show de interesses privados que esfregam na nossa cara, do alto dos seus potentes trios?
Não. Será a mesma coisa - mas, dessa vez, na surdina e no silêncio da calada da noite.

sábado, 28 de agosto de 2010

Movimento contra carreatas

Amanhã é domingo, dia escolhido por políticos para carreatas e motocarreatas, peregrinações barulhentas e confusas pelas ruas da cidade em dia que deveria ser de paz. Os veículos são guiados, em sua grande maioria, por detentores de ‘boquinha’ chamada DAS – pessoas que não têm muita opção diante do aviso de “participar ou partir”. Já outros participam pelo interesse de que, um dia, consigam a tal “boquinha”, e são poucos os que realmente gostam disso, tal qual uma amiga que explicou adorar carreatas, ou que a seguem por ideologia pura.
Diante dos muitos relatos de aporrinhação, de perturbação por conta do som altíssimo e dos transtornos no trânsito, me faço algumas perguntas:
- O candidato que perturba a tranqüilidade de toda uma população UNICAMENTE por seus interesses pessoais está apto a cuidar da coisa pública?
- O candidato que prejudica o trânsito, que cria caos numa cidade já caótica, será a melhor opção para governar alguma coisa?
- O candidato que passa ao lado de hospitais e clínicas, casas e apartamentos, com um som altíssimo, bombardeante, poderá defender saúde e educação pública?
Sinceramente, a minha resposta às três perguntas é NÃO!
Não está apto a cuidar da coisa pública, não está apto a governar nada e nem defenderá saúde e educação. Com tal demonstração absurda de desrespeito, acho que tal candidato só estará apto a cuidar das suas coisas e dos seus interesses - e minha crítica serve para todos os candidatos, entendam bem, aos que voto e aos que não voto!
Por fim, termino com mais uma pergunta: para que serve carreata?
Somente para demonstrar poder e força política, mesmo que se use a coação de servidores ou o interesse de outros. Ou seja: não tem nada de força política, meus amigos! – há somente medo de uns e interesse de outros.
E o interesse do povo que quer paz no domingo, a semana inteira de trabalho nas costas, esse não interessa a ninguém.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Fora do ar

Por conta de uma cabeçada involuntária no modem, enquanto tentava deitar numa rede, estivemos fora do ar por alguns dias. Voltamos com nossa programação normal.

Garrafão do Norte 01

Belém, 11 de agosto de 2010.

Comer no interior do Pará, nem sempre é uma tarefa simples. Nestes quase três anos como advogado/caixeiro já estive em cidades como Marabá, Santarém, Paragominas e Redenção, locais onde você encontra os mais variados tipos de restaurante e onde se come, em regra, muito bem. Mas também já estive em Anajás, cidade miserável que fica no centro do Marajo, cidade castigada pela malária e que não dispunha, em 2008, de nenhum restaurante. Havia somente precários refeitórios, todos eles com limitação de opções e gostos e, no geral, é o que se encontra andando por aí, pequenos locais, geralmente familiares, onde se come por quilo ou um bom prato feito, o PF.
Esta dificuldade, somada ao fato de não gostar de zanzar por locais que não conheço, fez com que desenvolvesse a técnica dos enlatados – que muitas vezes se mostrou vital à minha sobrevivência. Feijão e almôndegas em lata, por exemplo, são perfeitos para uma breve refeição, ainda mais diante do desespero em que, por vezes, me vejo (aqui em Garrafão, por volta de nove da noite, foi impossível encontrar restaurante qualquer que ainda tivesse comida decente). E para rebater o salgado, sempre tenho uma lata de leite condensado, de preferência o bom e velho Leite Moça.
Para tudo isso tenho um canivete-talher do qual não me desgrudo, mesmo quando vou a grandes cidades do interior do Pará – ainda mais depois de quase ter sido expulso de um hotel em Moju, por volta de 23 horas, ao tentar abrir uma lata de feijoada utilizando uma faca cega e uma gaveta!
Então, essa é a trindade com a qual sempre posso contar pela vastidão e miséria do interior do Pará – feijão e almôndegas em lata, mais Leite Moça, tudo facilmente encontrado em qualquer vendinha de cidade qualquer. Já o canivete-talher vocês podem encontrar em qualquer casa que venda produtos de camping, caça e pesca (há várias no comércio e uma enorme na BR).
P.s.: para não ser injusto – encontrei ótimos restaurantes em Conceição do Araguaia, Abaetetuba e Bragança (aqui, recomendo especialmente o do hotel Solar do Caeté, de fazer inveja a muito restaurante famoso de Belém).

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Agora a coisa anda: Brasil em Tuvalu = paz mundial



FUNAFUTI (foto acima) é a capital oficial de TUVALU, um grupo de nove atóis coralinos na Polinésia, Oceano Pacífico, 4.000km ao nordeste da Austrália. Seu ponto mais alto é 5 m acima do nível do mar. Trata-se de uma monarquia constitucional que faz parte da Commonwealth, ou seja, S.M. Elizabeth II é a chefe de Estado, tem um Governador Geral, mas quem manda mesmo é o primeiro ministro escolhido pelo Parlamento composto de 15 membros. A população de Tuvalu (os tuvaluanos) atingiu em 2009 a espantosa cifra de 12.273 habitantes, um pouco menor que Restinga Seca/RS, quase todos descendentes de samoanos. Os missionários ingleses acabaram com a religião local, e hoje 87% da população é protestante, 6% não tem religião, e 0,6% são ateus. Já é um começo. A economia de Tuvalu (PIB 14,8 milhões de dólares) é baseada na exportação de COPRA (fibra do coco seco) e PANDARA ou PANDANO (espécie de palmeira de folhas e frutos comestíveis). Aquele país vendeu seu domínio na Internet (tv) para uma empresa americana, por 50 milhões de dólares pagáveis em 12 anos, o que elevou em 50% seu PIB! Outra fonte de renda é a venda de sua bandeira para navios estrangeiros. Não existe estação de TV em Tuvalu (eles são felizes e não sabem). Há somente um jornal impresso que circula de 15 em 15 dias, cuja tiragem é de 500 exemplares. Mas por que estou falando de Tuvalu para vocês? É que a diplomacia do nosso Grande Líder Lula criou uma embaixada em Tuvalu, mais especificamente na capital Funafuti, por meio do Decreto 7.197 de 02 de junho de 2010.
Resta a pergunta: o que diabos se pretende, nesta política externa maluca, com o estabelecimento de uma Embaixada brasileira em Tuvalu? Ou o Brasil quer fazer como o Banco Bradesco, presente em todos os municípios brasileiros? Mas não há de ser nada... Os muitos brasileiros que visitam Tuvalu todos os anos - e se vocês conhecerem um, me apresentem - ficarão felizes com a presença Tupiniquim naquelas paragens.

Dica do Carlos Sampaio e da Regina Maneschy.

Eu e Benezinho

Na noite de homenagem na Saraiva, além de fotografo fui guarda-costa e guia pelo labirinto de gente. Parabéns à Saraiva e, sobretudo, parabéns ao Benezinho.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Directo de Navarra, vitória do touro

Em Navarra, Espanha, um touro resolveu acabar com a festa dos homens que assistiam sua morte. A festa era bacana enquanto quem morria era o bicho, lá na arena distante. Mas quando as coisas mudaram, a desgraça trazida para perto deles, pobres homens... Sinto pena somente das crianças, que nem sabiam o que faziam ali. 
A foto é pesada, cena chocante de desespero e medo - então cuidado (não diga que o bom amigo não avisou). 
Cerca de 30 pessoas ficaram feridas, felizmente sem gravidade. E o touro, que no fundo só buscava escapar do tormento que lhe infligiam, foi sacrificado, penetra culpado por ter estragado a festa alheia.
E viva o homem...

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Aviso

Voltei. 
Amanhã começo a postar minhas idas e vindas e sobre como fui parar em locais muito, muito distantes.
Obrigado pelas visitas durante a ausência.

domingo, 15 de agosto de 2010

Céu de Belém

O céu de Belém é um dos mais bonitos que já vi! Nada se compara à luz nas nuvens e ao azul deste céu. O melhor é como o paraense pode ser brindado com um pouco dos dois - o azul do dia bom, o cinza do dia ruim (ou seria o contrário?).

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Santa Izabel n.º 2

 Um túmulo florido do qual não se tem muita informação. Sabem apenas que estão enterrados um homem e uma mulher que se amavam. Inclusive, a lápide foi feita ao mesmo tempo, como se os dois tivessem morrido juntos.

"Doutor... não se joga fora uma imagem de Nosso Senhor Jesus Cristo nem se estiver esculhambada, que nem essa daí"

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Santa Izabel n.º 1


O cemitério de Santa Izabel guarda riquezas inimagináveis. Por exemplo, essa imagem que eternamente chora alguém que partiu. Está logo na entrada, na rua principal que leva à capela e à administração. Basta olhar.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Super pai da Ego

Sem muitos comentários, essa é a descrição do jogo Super Pai, do sitio Ego, estrelando o nosso querido Dado Dolabella:
Não basta ser pai, tem de participar! Neste Dia dos Pais, ajude o ator Dado Dolabella a cuidar de seus dois filhos. A idéia é dar às crianças o que elas precisam antes que elas comecem a chorar. E aqui ele não tem a ajuda de babás, só a sua! Jogue e divirta-se.
Sim. Divirta-se!

Calor na Rússia

Os moscovitas morrem como moscas no calor brutal que assola a Rússia. A piorar, há ainda fumaça de incêndios florestais a tornar o ar da cidade irrespirável. Segundo o chefe do Departamento de Saúde municipal, Andrei Seltsovsky (com informações do UOL), nesta segunda-feira as mortes quase duplicaram a 700 por dia, com o calor sendo o principal motivo. Os russos, tão acostumados a temperaturas sempre próximas de zero, ficam sem defesa diante dessas variações incomuns. Os necrotérios russos estão lotados e os corpos estão se amontoando em qualquer lugar refrigerado. E nem há mais vagas em hospitais e funerárias. Como sempre, os que mais sofrem são os idosos e as crianças. E cada povo segue com seu sofrimento. Sorte aos russos.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Mais um protesto

Hoje tive mais uma prova de que tudo é relativo neste mundo.
Por exemplo: sou contra protestos que atinjam direitos dos demais - e ruas fechadas são o exemplo mais clássico disso, coisa que já se tornou banal em Belém.
Nesta segunda tivemos, mais uma vez, fechamento de ruas: os moradores (infelizes moradores, por sinal) da rua dos Pariquis resolveram fechá-la para exigir melhores condições de vida da administração municipal.
E aos que não conhecem a situação, vou explicar: a rua dos Pariquis alaga e se transforma em verdadeiro rio quando chove - e imaginem como isso pode ser um problema em Belém, cidade em que chove quase todo dia.
Casas ficam submersas - moveis são perdidos - carros viram submarinos e moradores se tornam prisioneiros da má administração desta cidade (e quando falo de má administração não me refiro somente à atual - o que seria muito obvio! Me refiro a todas as outras que negligenciaram o problema em anos e anos de descaso e, agora, distantes, fingem que o filho também não é delas).
Passei longos minutos no trânsito, o andar de metro em metro sob o sol inclemente da cidade. Mas passei esse sufoco achando que os moradores da rua submersa tinham sua razão!
Em uma cidade que já viu até protesto de flanelinhas (sim, tivemos isso por aqui!!!), acho justa a reivindicação e, mesmo, o fechamento da rua. Afinal, o problema está ali e ninguém vê, todos fingem que o alagamento não existe... Só não conseguem fingir os moradores, que nem têm tempo para nada diante da correria de sempre em salvar móveis e suspender o que puderem. Ou os motoristas que, em plena chuva, ficam preso no meio do lago que se forma.
Parece que o recado da administração aos moradores é: que vocês resolvam o problema, que levantem suas casas ou criem barreiras à água... ou criem guelras, quem sabe?
Por isso digo que entendo o fechamento da rua, neste caso, única forma de mostrar a todos, em crítica época de eleições, que existe um problema e que deve ser enfrentado... Senão, mais um vez, os que ali moram serão esquecidos no fundo do rio em que são obrigados a morar.

domingo, 8 de agosto de 2010

Dia dos pais

       - Papai, existe vida após a morte?
      - Filha, há quem acredite em vida após a morte. Mas não sei se existe e acho que ninguém tem certeza.
      - Papai... se existir vida após a morte, será que posso ser sua filha de novo na próxima vida?
Diálogo com Maria, 09 anos.


Carlos acordo como se procurasse algo e olhou ao redor de forma insistente. Diante da atitude pouco usual, sua mãe perguntou:
      - Filho, o que foi?
      - Mamãe, cade papai?
      - Filho... papai está em Belém, você sabe disso.
      - Não, mamãe. Papai tá lá em baixo. Eu vi.
      - Não, filho... Papai está em Belém. Você deve ter sonhado com ele.
Carlos então se deita e coloca o travesseiro sobre a face.
      - Filho... o que foi?
      - Mamãe... apaga a luz que papai volta.
Relato que me foi feito pela mãe do Carlos, 02 anos e meio.


Sim. Eu tive um maravilhoso dia dos pais.

sábado, 7 de agosto de 2010

Maria e seu blog

Ela vinha pedindo por um blog há tempos. 
E cada vez que me via atualizando o Domisteco, mais pedidos eram feitos. Eu já sabia que ela poderia escrever bons textos, o corrigir e rever os deveres de casa que me davam tal segurança. Faltava ainda pensar na questão do perigo da internet, as coisas todas que podem surgir em ataques e riscos a uma criança. 
Relutei mas estabeleci: "se sua mãe deixar, eu deixo". 
E a mãe deixou.
Para a questão de segurança combinamos assim: ela e eu seremos responsáveis pelo blog - que fica cadastrado na minha conta. Compartilhamos as senhas (inclusive a do e-mail dela), a moderação de comentários é de minha responsabilidade e a publicação de textos será nos finais de semana (quando temos mais tempo). 
Outra combinação - os textos serão manuscritos na folha do caderno, em velho e bom ofício, e somente depois de corrigidos serão passados para o computador.
Ela tentará manter um texto por semana, publicação que acho de bom tamanho para alguém que começa, não só uma vida digital, mas a vida em si.
E eis que surge o blog da minha filha, o Blog da Tantinha, nome escolhido por ela assim como tudo. O primeiro texto já foi publicado e trata da chuva de ontem, a Pariquis que, mais uma vez, transbordou de forma absurda e foi vista e escrita pelos olhos da minha menina de nove anos. Espero que gostem.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Flash da Festa Brasil

- Maria, fiz esses chapéus para as crianças usarem.
- Mas é obrigado a usar, tia Lu?
- Não, meu amor. Usa só quem quiser.
- Parece que ninguém quer usar, né tia Lu?
Maria Fernanda, sobre os chapéus de cowboy que sobravam sobre a mesa, antes do beliscão.

- A Lu Brasil é amiga da Carla desde o final da Universidade, há uns 40 anos.
Andreza Cassiano, em gentil comentário feito em voz baixa.

- Eu adoro meu endócrino – comenta Andreza.
- Nós precisamos ir ao endócrino, mas sempre esquecemos – responde Tainá.
- Mas Tainá... Vocês são magros, não precisam.
Galeno Brasil, antes de levar um murro da Andreza.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Agosto, mês do desgosto?

Belém, 05 de agosto de 2010

Tudo começou em Roma - O Imperador Augusto, que não queria ficar atrás do Imperador Júlio César (que já “tinha” o mês de julho a lhe homenagear), determinou a criação de seu próprio mês, o oitavo do ano, que também teria 31 dias e se chamaria agosto - do latim Augustus. Ou seja: o mês de agosto tem origem na mais pura inveja entre os Imperadores romanos, os homens mais poderosos de seu tempo.
Mas isso, por si, não justificaria a fama de mês aziago, de período em que tudo de ruim pode acontecer.
A má fama surgiu junto com as grandes navegações ibéricas e ficou arraigada na cultura dos países colonizados por Portugal e Espanha. Como o inverno terminava em março, desde abril os ibéricos tinham tempo para cultivar a terra e engordar seus animais, tudo isso para que, em agosto (o último mês com tempo bom), os porões dos navios estivessem supridos com as provisões necessárias a fazê-los zarpar antes de novo tempo ruim.
E a partida dos navios significava, para muitos, nunca mais voltar, nunca mais ver ou abraçar os que ficavam. Fernando Pessoa disse: “Ó mar salgado, quanto de teu sal são lágrimas de Portugal! Por te cruzarmos, quantas mães choraram, quantos filhos em vão rezaram, quantas noivas ficaram por casar para que fosses nosso, ó mar...”. Assim, agosto era o mês de azar para muitos, mês em que veriam, pela última vez, os seus.
A crença de azar veio até hoje - conheço pessoa que não viajam, não se casam e nem fazem negócios no mês de agosto – uma questão de fidelidade ao mito que nem sabem explicar. Na Argentina, inclusive, os mais velhos aconselham a não lavar a cabeça no oitavo mês sob o risco de atrair a morte para si.
Na internet, é fácil encontrar diversos sítios que relatam os azares do mês. Um deles, inclusive, se preocupou em listar diversos acidentes, tragédias, falecimentos ou fatos estranhos ocorridos em agosto, como se os mesmos fatos não pudessem ser encontrados nos outros 11 períodos do ano – e bastaria simples busca para se chegar a esta conclusão.
Vamos agora à porção pessoal do texto: hoje é cinco de agosto, aniversário da minha irmã mais nova, parte linda da minha vida. Ela ter nascido significa minha mãe ter sobrevivido, vitima de erro médico estúpido e covarde durante o parto, mulher enfraquecida ao quase não ter mais sangue e que sobreviveu sem que nem soubéssemos como.
Uma nasceu e outra sobreviveu, ambas surgidas de forma tão agradecida, e por isso o mês de agosto é, para mim, um dos mais belos do ano, o mês das festas alegres e de ver crescer e de sentir estar perto.
Assim, renego-te mês de agosto como de desgosto.
E parabéns, Luanda; e parabéns, mãezinha.
Feliz agosto, mês de vocês e de todos que têm a sorte de tê-las.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Autodeterminação dos Povos e o Irã



Não concordo com o que dizes, mas defendo até a morte o direito de o dizeres - Voltaire

Não concordo com a pena de morte e, muito menos, não concordo que se mate uma pessoa por ter cometido adultério.
Porém, defendo o Princípio da Autodeterminação dos Povos, regra que garante a todo povo de um país o direito de se autogovernar, tomar suas escolhas sem intervenção externa, e de escolher como será legitimado o direito interno sem influência de qualquer outro Estado.
Ou seja: mesmo não concordando que se mate uma mulher por simples traição conjugal, ou que não concorde com a pena de morte, defendo o direito do povo iraniano de fazê-lo.
Ao que me parece, o problema não é a execução pelo crime de adultério, mas sim a execução em si.
Tanto é que no e-mail que me foi enviado pela Anistia Internacional, e que resultou neste post, há pedido de envio de apelo ao governo iraniano solicitando a comutação da pena por outra menos branda – inclusive enforcamento. A Anistia Internacional não pede, em momento algum, que seja enviado apelo requerendo perdão e conseqüente libertação da mulher.
O que devemos entender é o processo de criação do ordenamento jurídico de um país - e a importância da cultura nesse processo: no Brasil, mesmo havendo previsão na legislação penal criminalizando o jogo do bicho, muitos jogam e a maioria tolera. Isso é um traço cultural.
Da mesma forma, no Irã, a cultura determina o que é crime e como ele será punido. E não nos cabe tentar mudar isso, pois estaremos incorrendo em grave erro ao intervir na soberania de um Estado.
Lembram dos boatos e comentários sobre uma possível proposta de internacionalização da Floresta Amazônica? Lembram do receio geral de que tal fato pudesse prosperar, o que seria fatal para a soberania do Estado brasileiro? Pois bem... Lembrem também das alegações estrangeiras de que era um absurdo não cuidarmos da floresta, que permitíssemos sua gradual destruição em crime contra toda a humanidade – tudo justificativa para o que se pretendia fazer.
É mais ou menos o que acontece agora: o Presidente Lula que, em afronta à independência de um povo, em afronta às regras previstas no art. 4º da Constituição (a República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios: autodeterminação dos povos; não-intervenção), propõe asilo à condenada sem que o Irã tenha sido consultado, como se mandasse singela mensagem: vocês estão errados em sua decisão soberana!
E o que esperar de um governo que permitiu a histórica trapalhada em Honduras?
É mais ou menos como se o vizinho visse meu filho de castigo e, passando por cima da minha autoridade, resolvesse perdoá-lo, sem me consultar, por achar pouco o motivo da punição. Seria falta de respeito com as minhas regras e com a forma escolhida para gerir minha casa, coisa que não admito.
A pena de morte ainda é permitida em cerca de 58 países. Curiosamente, ela não é criticada com tanta intensidade quando praticada, por exemplo, nos EUA. Obviamente os crimes não se comparam e no norte das Américas ninguém é condenado por trair o marido.
Mas se for verdade minha conclusão acima, de que a discussão não é o crime em si, mas sim a pena de morte aplicada ao caso, qual a razão para que não se amplie tal discussão? Se o que se discute é a pena de morte – e lembrem que a Anistia Internacional não pede perdão, mas sim comutação da pena – por que não discutimos e criticamos a pena de morte aplicada nos Estados Unidos? Por que não solicitamos que eles também comutem suas penas por outras mais brandas e oferecemos asilo a seus condenados? A resposta é simples: os consideramos tão civilizados quanto nós e nossas culturas são parecidas. Reputamos como crimes fatos bem semelhantes e, por isso, não estranhamos tanto o que acontece por lá.
Mas cultura é cultura, ainda mais quando é milenar e define um país. Não importa se nos parece absurda ou medieval, é a cultura de um povo e, como tal, deve ser respeitada (e fico imaginando o que os iranianos devem falar quando assistem o nosso carnaval – devemos ser chamados de bárbaros para baixo).
Espero sinceramente que Sakineh Mohammadi Ashtiani seja libertada, que o fato de ter traído não seja motivo para execução ou, mesmo, prisão. Mas espero que isso ocorra por decisão única e exclusiva do governo do Irã, em franca mudança de suas regras internas, decidida por autoridade competente e não por pseudo pressão e jogos de força com segundas intenções.