segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Mais um protesto

Hoje tive mais uma prova de que tudo é relativo neste mundo.
Por exemplo: sou contra protestos que atinjam direitos dos demais - e ruas fechadas são o exemplo mais clássico disso, coisa que já se tornou banal em Belém.
Nesta segunda tivemos, mais uma vez, fechamento de ruas: os moradores (infelizes moradores, por sinal) da rua dos Pariquis resolveram fechá-la para exigir melhores condições de vida da administração municipal.
E aos que não conhecem a situação, vou explicar: a rua dos Pariquis alaga e se transforma em verdadeiro rio quando chove - e imaginem como isso pode ser um problema em Belém, cidade em que chove quase todo dia.
Casas ficam submersas - moveis são perdidos - carros viram submarinos e moradores se tornam prisioneiros da má administração desta cidade (e quando falo de má administração não me refiro somente à atual - o que seria muito obvio! Me refiro a todas as outras que negligenciaram o problema em anos e anos de descaso e, agora, distantes, fingem que o filho também não é delas).
Passei longos minutos no trânsito, o andar de metro em metro sob o sol inclemente da cidade. Mas passei esse sufoco achando que os moradores da rua submersa tinham sua razão!
Em uma cidade que já viu até protesto de flanelinhas (sim, tivemos isso por aqui!!!), acho justa a reivindicação e, mesmo, o fechamento da rua. Afinal, o problema está ali e ninguém vê, todos fingem que o alagamento não existe... Só não conseguem fingir os moradores, que nem têm tempo para nada diante da correria de sempre em salvar móveis e suspender o que puderem. Ou os motoristas que, em plena chuva, ficam preso no meio do lago que se forma.
Parece que o recado da administração aos moradores é: que vocês resolvam o problema, que levantem suas casas ou criem barreiras à água... ou criem guelras, quem sabe?
Por isso digo que entendo o fechamento da rua, neste caso, única forma de mostrar a todos, em crítica época de eleições, que existe um problema e que deve ser enfrentado... Senão, mais um vez, os que ali moram serão esquecidos no fundo do rio em que são obrigados a morar.

Um comentário:

Maick Costa disse...

Também não concordo com movimentos que prejudicam a grande maioria da população, mas se eu morasse na Pariquis provavelmente participaria do manifesto. Será que só assim fazemo-nos ser vistos? Triste, porém necessário.