quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Mentirinha

Está um absurdo a situação no país.
Tirada daqui.
Para @andersonjor, com carinho.

Semelhanças

Sem comentários...

Drama azulino

Apesar de ser remista (diletante), a cena fica bem ilustrada, não é?
Enviado pelo Adriano Diniz.

Amazônia – Capital, Belém

O texto é lindo. Foi escrito em 1956 por Edison Carneiro e me foi enviado pela Regina Maneschy: "Como da última vez que mandei matéria para teu blog me queixei de Belém que, como digo, é a cidade da beleza e da cordialidade perdidas, e como encontrei o trabalho de Edison Carneiro, "A conquista da Amazônia", de 1956, editado na coleção Mauá, para o Serviço de Documentação do Ministério da Viação e Obras Públicas, resolvi te enviar o trecho em que ele fala sobre Belém, aliás, o início de um capítulo que ele intitulou significativamente, "Amazônia - capital, Belém".
Edson Carneiro esteve três vezes na Amazônia, em Belém, entre 1954 e 1955. E o relato sobre Belém, delicioso, é fruto de sua convivência com a cidade. Em seguida te mando outros relatos para publicares no blog, mostrando como era essa Belém "singular e inconfundível ... uma cidade peculiar, testemunho vivo da riqueza da Amazônia", como a qualificou Edison Carneiro.
PS. Pedindo licença ao De Campos Ribeiro vou denominar esta série de "Gostosa Belém de outrora"."

CAPÍTULO III
Amazônia – Capital, Belém.

Significativamente, a capital da Amazônia encontra-se à orla oriental da região norte.
A cidade de Belém, fundada (1616) como posto de fronteira, para a expulsão de ingleses e holandeses que exploravam feitorias no baixo Amazonas, devia servir de trampolim para a penetração e a ulterior ocupação do vasto território desconhecido que lhe ficava a oeste. Uma base para o avanço. Enquanto predominou a lavoura de mantimentos em torno de Belém, foi fácil manter a cidade como ponta de lança contra a floresta, mas a descoberta das drogas do sertão, e a sua intensa exploração a partir de meados do Século XVIII, fez da cidade uma cidade e da região amazônica a fonte imediata da sua subsistência, da sua riqueza e da sua expansão.
As comodidades urbanas foram fixando os homens. Porta de entrada da região, única até a abertura do Amazonas à navegação em 1866, a cidade multiplicou as oportunidades e as satisfações que oferecia aos seus habitantes. Não estava perto o mar? Não ficavam a pequena distância os centros tradicionais da civilização brasileira, a começar por São Luís?
A cidade não se expandiu para o oeste, na direção da floresta amazônica, antes recuou para a sua fronteira oriental, na direção do mar (o salgado paraense), num movimento que a Estrada de Ferro de Bragança viria sancionar – e consolidar.
Belém se fez a capital da Amazônia. A distribuição da população mostra que, dos 1.844.655 habitantes da Amazônia, mais de três quintos – 1.123.273 (61%) – vivem no Pará, dos quais pouco menos de quarto – 254.949 (23%) – em Belém (1950). Pouco menos de um sétimo (14%) de toda a população amazônica tem por horizonte a baía de Guajará. Uma concentração para a conquista da região norte – três séculos depois da ereção da praça d’armas do Presépio? 
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Singular e inconfundível, Belém traz a pinta da grande cidade.
Os seus habitantes não se escravizaram ao rio, como acontece em toda a Amazônia, - da Cidade Velha partiram para a conquista da Campina e criaram, na Zona Bragantina, a sua região metropolitana. Do jugo do rio resta apenas o Ver-o-Peso, o mercado público mais pitoresco do país, um formigueiro de gente e de embarcações, vendendo e comprando víveres, animais, plantas úteis e artigos da indústria rudimentar do caboclo.
Um estilo de vida especial desenvolveu-se na cidade.
As ruas com indicação do distrito e da quadra... Os bairros, Sacramenta, Pedreira, Telegrafo sem fio, Cremação, Condor, com a sua sistematização de ruas: no dos Jurunas, tribos indígenas, Tupinambás, Timbiras, Parecis, Mundurucus; no do Marco (da Légua), as vitórias brasileiras na guerra do Paraguai, Lomas Valentinas, Humaitá, Peribebuí, Chaco; no de Nazaré, figuras da república, Deodoro, Ruy Barbosa, Quintino Bocaiuva, Benjamin Constant... A Praça Batista Campos, em que a Prefeitura transformou o antigo parque; a vida “vila” da barca, pescadores e marítimos vivendo sobre a água em casas de madeira arrancada a navios encalhados; a miniatura da floresta amazônica no Bosque Rodrigues Alves... A arborização de mangueiras... Travessas, alamedas, passagens, como a da Volta da Tripa...
As coisas do governo em amarelo, as da Prefeitura em azul... O horário das 7 às 12...
Açaí, tacacá, pato no tucupi, muçuã, bife à Carlos Gomes... A bandeira vermelha à porta, anunciando o açaí... Bacaba, pupunha, cupuaçu, taperebá... As tacacázeiras, às primeiras horas da tarde, vendendo nas esquinas... Cachaça servida em cuia...
A Rua João Alfredo (“rua do comércio”), o Cavador da Vida, o Machado de Aço com um vasto machado (de madeira) do lado de fora, a loja de tecidos que anuncia a sua “sinceridade absoluta” na afirmação de que é a maior da América do Sul... Malas de raspa de couro... Cigarros Terezita... O Buraco Cheiroso vendendo essências da Amazônia...
A Viação Valha-me Deus, empresas de ônibus donas de um veículo, Circular Interna e Circular Externa, os Dirigíveis (tipo Zeppelin) adorados pelas crianças – Cidade de Belém, Guajará, Brasil, Marajó... Uma corrida de automóvel pelos olhos da cara... Os Clippers de parada de ônibus...
Pará Clube, Assembléia Paraense... Os parques de bairro apresentando pássaros, Coati, Tentém, Periquito, Rouxinal, bichos, Beija-Flor, Corrupião, Cigarra Pintada, Saí Azul, Bentevi, bois bumbá, Onze Bandeirinhas, Flor do Campo, Flor do Lomas, Pai da Malhada, Primoroso, Boi Fôrro, Estrela Brilhante... Um dançaraz em cada bairro... O rancho – uma espécie de escola de samba – Não quero me Amofiná, multi-campeão do Carnaval, sob o comando do negro Maravilha... Batuques e pajelanças, com espada (lenço mágico) e cigarros de tauari, o Marquês de Pombal como chefe da linha de tambor:
Tu não me chama de pajé
Sou o Marquês de Pombal
Cadê o barão de Goré?

O Cinema Poeira (“proibido entrar com sorvete”)...
O Museu Goeldi, impossibilitado de expor as suas inestimáveis coleções, limitando-se a manter um pequeno zoo de lontras, poraquês, macacos-prego, araras e tracajás... A Matriz, obra do arquiteto Landi, com afrescos de De Angelis; a igreja do Carmo, a fachada em pedra de liós importada de Portugal; a Basílica de Nazaré, monumento ao Mau Gosto... O Teatro da paz, saqueado nas suas estatuetas, nos seus enfeites e até no seu gerador de força pelas autoridades da república Nova... O cemitério (semi-abandonado) da Soledade... O Grande Hotel com as suas esquadrias protegidas por tela, a sua boite Buraco Frio, as suas escadas de incêndio.
As praias do Mosqueiro e do Chapéu Virado... As manhãs de domingo em Icoaraci... O igarapé das Armas com as margens enfeitadas de louça de barro... O paraíso dos namorados na cúmplice penumbra da Praça da República... Carapanãs...
Adornos pessoais de couro de jacaré e de cobra, souvenirs de guaraná e de patchuli, chapelões de palha de jupati, urupemas quadradas para decoração... Pulseiras (aromáticas) de pau d’Angola...
Uirapurus empalhados, dente de jacaré, prego de coati, olho de boto, muiraquitãs, língua de pirarucu...
A lembrança imperecível do grande prefeito de Belém, “o velho Lemos”...
Uma cidade peculiar, testemunho vivo da riqueza da Amazônia.

CARNEIRO, Edison. Capítulo III. Amazônia – Capital, Belém. In.: A conquista da Amazônia. Ministério da Viação e Obras Públicas: Coleção Mauá, 1956, p. 39-43. 

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Marajó

Sábado e domingo estarei no Marajó, mais especificamente no interior de Salvaterra, em uma expedição fotográfica com o Wagner Okasaki (Belenâmbulo). Iremos ficar hospedados na comunidade quilombola de Barro Alto, no "redário" atrás da casa de Dona Conceição, e o Okasaki avisa logo: "não esqueçam rede, cordas e mosquiteiro ou repelente". Quando voltar eu conto sobre mais esta experiência. 

Só sendo paraense para entender o texto!

"Um dia eu tava buiado, pensei em ir lá em baixo comprar uns tamatás.Tava numa murrinha, mas criei coragem, peguei o Sacrabala e fui. Cheguei tarde e só tinha peixe dispré. O maninho que estava vendendo tinha uma teba de orelha do tamanho dum bonde. O gala-seca espirrou em cima do tamatá do moço, que tinha acabado de comprar, e no meu tembém. Ficou tudo cheio de bustela...Axiiiiiii, porcaria! Não é potoca, não. O dono do tamatá muquiou o orelha-de-nós-todos, mas malinou mesmo. Saí dalí e fui comer uma unha. Escolhi uma porruda! Mas égua, quase levei o farelo depois. Me deu um piriri. Também... parece leso, comprar unha no veropa. Comprei uns mexilhões, um cupu e um pirarucu muito firme, mas um pouco pitiú. Fui pra parada esperar o busão. Lá tinha duas pipira varejeira fazendo graça. Eu pensando com meus botões...Êeee, já quer... Mas, veio um Paar-Ceasa sequinho e elas entraram... Fiquei na roça, levei o farelo. O Sacrabala veio cheio e ainda começou a cair um toró: égua-muleke-tédoidé, pense no bonde lotado. No sacrabala lotado, com o vidro fechado por causa da chuva, começa aquele calor muito palha. Uma velha estava quase despombalecendo. Dai o velho que tava com ela gritou: arreda aí menino pra senhora sentar aí do teu lado. Eu só falei: Hmm, tá, cheiroso..."
Enviado pelo Adriano Diniz. 

Eleições no Brasil Vs Comunidade Internacional

Tem mais aqui e aqui.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Nova Igreja!

Foi diante do caos daquela cidade, de todas as situações absurdas do dia-dia, que ele decidiu criar a Igreja do Absurdismo de Todos os Dias, religião que deveria se tornar única e oficial no Município (ao menos era sua pretensão). Assim como o Catolicismo, o Protestantismo, o Budismo e o Espiritismo, o Absurdismo teria suas regras e palavras, sacerdotes e santos, além de símbolos e hinos, todos escolhidos e listados por ele, Fundador I, homem santo acima de todos os outros, santidade estabelecida pelo fato de ser, dentre todos, o mais absurdo.

Segue resumo:

1. Escrituras sagradas – o livro santo seria escrito em momento posterior, preferencialmente com conceitos e idéias retiradas da internet (obviamente, sem citação alguma) ou livros importantes (xerocopiados de forma indiscriminada), tudo junto de forma concisa em volume único e bem dividido. Os conceitos e idéias devem corroborar as regras da Igreja do Absurdismo de Todos os Dias, condições impensáveis noutros lugares mais civilizados (tudo permitido naquela terra, graças aos deus do Absurdo).

2. Regras – imitando case empresarial de sucesso, Fundador I, homem santo mais santo que todos, definiu dez regras (tentamos usar 'mandamentos' mas o lobby contrário foi forte) a serem seguidas por todos naquela cidade:

Regra 1 – Preferirás a fila dupla.
Regra 2 – Ouvirás música alta.
Regra 3 – Jogarás lixo na rua.
Regra 4 – Enfearás tua morada.
Regra 5 – Estacionarás na faixa de pedestre e nas vagas de deficiente.
Regra 6 – Dirigirás no meio da rua.
Regra 7 – Mutilarás árvores e arbustos na rua.
Regra 8 – Terás sempre razão.
Regra 9 – Governarás para benefício teu e dos teus - e de tua Igreja.
Regra 10 – Não te importarás.

NOTA: Já está sendo vendido o livro “As Regras do Absurdismo Comentadas – Aprenda tudo em 15 minutos (com CD)” por Fundador I, o mais santo dentre todos.

Leia trechos:

Regra 2 – Ouvirás música alta. Vizinhos não são nada e não significam nada. Não se importe se seu som entra na casa dele e o incomoda (ainda mais se você estiver escutando alguns dos CDs da gravados na Absurdus Records Palavra da Igreja). Que ele busque refúgio ou se mude, mas que aceite calado a barulheira e pare de ser chato. Absurdo é a reclamação pelo barulho!
Regra 4 – Enfearás tua morada. Qual a razão de embelezar a fachada da sua casa? Tornar a cidade mais bonita, como um todo? Absurdo! Opte sempre pelo mais barato, mesmo que isso signifique lajotar a frente da sua casa com aquela cerâmica cafona, azul e vermelha com detalhes roxos. O bem coletivo, a beleza da cidade, tudo isso são criações malignas de pessoas contrárias à nossa gloriosa Igreja!
Regra 6 – Dirigirás no meio da rua. Decorrência das Regras 1 e 5, tenha sempre em sua cabeça sua única e exclusiva propriedade da rua (e da cidade como um todo). Sim, caro fiel, a rua é sua. Estacione onde quiser, mesmo que seja em fila dupla na rua pequena. Dirigir, preferencialmente tendo como referência a linha pontilhada que passa no meio da via. E se lhe disserem que você deve ficar entre as linhas pontilhadas, é mentira! Absurdo! Em regra, faça o que bem quiser.
Regra 8 – Terás sempre razão. Reclamam? Gritam contigo e dizem que estás errado? Você, fiel da Igreja do Absurdismo de Todos os Dias, sempre tem razão. Deixem que gritem, deixem que falem, deixe isso para lá. Se estiver em maior número, preferencialmente resolva na base da porrada. Mas se estiver em menor número, anote placa, nome e endereço (se possível, foto) e traga para a gente – nós resolvemos isso para você.
Regra 10 – Não te importarás. Se você vir alguma coisa errada na cidade, atitude qualquer que esteja de acordo com as regras terrenas dos homens (já quase em completo esquecimento), deixe para lá. Não é seu problema! Absurdo é não poder colocar carrinho de cachorro quente no meio da rua. Absurdo é não poder construir lanchonete em alvenaria no meio da calçada. Absurdo é não poder afixar cartazes onde bem quiser. Deixe o mundo correr por ele mesmo...

3. Sacerdotes – Fundador I, o homem santo mais santo do que todos, conclama homens de bem que serão verdadeiros pilares de fundação desta nova e verdadeira Igreja. Venha fazer parte de nosso corpo de sacerdotes. Para conhecer melhor nossas propostas, faremos a seguinte palestra:

Tema: Seja absurdo! Seja pastor do nosso rebanho!
Local: Casa de Show Carrossel, Almirante Barroso.
Dia: ___/___/______
Público alvo:
DJs de aparelhagens sonoras;
Donos de carros com sons absurdos;
Vizinhos em litígio com vizinhos;
Motoristas em geral;
Políticos (desnecessário listar – os certos aparecerão);
Público em geral.
Investimento: 1000 dinheiros.
Facilitador: Fundador I, o homem santo mais santo do que todos.

4. Santos – A disputa pela santidade estabelecida pela nossa Igreja tem se demonstrado acirrada. Não esperávamos tão grande participação do público em geral, sendo que a banca julgadora tem tido verdadeira dificuldade em estabelecer os nomes definitivos. Inicialmente, faríamos listagem com somente 10 santos. Agora, após nova análise da situação, o número foi aumentado para mil, única forma de conter a demanda. Nos próximos anos, segundo estudos preliminares, poderemos ter cerca de 10 mil santos (somente na Cidade!)!

5. Símbolos – Teremos nosso símbolo máximo, único e indiscutível, marca entre nossos fieis e prova de nossa união diante dos infiéis. A seguir, breve modelo que aceita estilizações:

6. Pecados: em regra, no Absurdismo não haverá pecado. Ser Absurdista é poder fazer tudo! Mas para conceituação didática, será errado, contrário aos preceitos da Igreja, tudo aquilo que for correto na França, por exemplo. Toda aquela baboseira de 'politicamente correto', isso sim será pecado. Fundador I, o homem santo mais santo do que todos, do alto de sua sapiência, enumera alguns poucos futuros pecados.

É PECADO:
Deixar de roubar e furtar.
Deixar de matarás (deixar de cobiçar a mulher do próximo também é pecado).
Não ser corrupto.
Não ser incorreto.
Não agir como dono da rua (e das calçadas).
Ser contra os preceitos dos membros da Igreja Absurdista de Todos os Dias.
Penitência: serão todas pagas em dinheiro, depósito na conta xxxx, agência xxx, banco xxx (titular, Fundador I). Desconto especial a partir de 10 pecados.

7. Participação política: fica acertada, neste ato, a fundação de partido político que proteja os interesses da Igreja. Fica pendente, somente, e escolha da sigla. Será o PAC - Partido do Absurdismo Cotidiano, ou PDA - Partido Despótico Absurdista. Muitos políticos já nos procuraram para fazer parte deste grandiosa e poderosa futura legenda. Venha você também!

Plataforma Política do PAC, ou PDA: carreatas diárias. Colagem de cartazes onde bem entender. Fixação de placas em cruzamentos (objetivo: dificultar a vida de pedestres, atrapalhar a visão de motorístas). Rojões e fogos (muitos). Barulho (ensurdecedor). Carros-som, trios elétricos. Enriquecimento (o nosso). Desvio (do de vocês). Mais casas de campos. Viagens para Europa. Eventualmente, EUA. Eletro-eletrônicos modernos. Jet-ski. Fraude. Mentira deslavada. Cara de pau.

8. Considerações finais

[a] Contribuição: nossos fieis deverão contribuir para a manutenção da Igreja – e aquisição da casa de campo do Fundador I, o homem santo mais santo do que todos – por meio de depósitos em dinheiro na conta xxxx, agência xxx, banco xxx (titular, Fundador I), ou em produtos, mercadorias e objetos – preferencialmente furtados ou de propriedade de terceiros.
[b] Hinos: comissão já foi formada para o estabelecimento de hinos. Serão usadas, como base, melodias de hinos religiosas famosos, de outras Igrejas, sem qualquer forma de pagamento de direito autoral ou menção. Abaixo, exemplos:

Erguei as mãos
(melô do verdadeiro dono)
Erguei as mãos
Me dai o que é teu. 2x
Erguei as mãos
Me daí caladinho,
Oh, Senhor.
Os aneizinhos, me dê
de dois em dois.
Os aneizinhos, me dê

de dois em dois.
O telefone e os aneizinhos
me dê tudo, oh Senhor

Entra na minha casa
(melô do vizinho)
Entra na minha casa,
Entra na minha vida
Toma banho na piscina
Come toda a comida

Não precisa de amizade
Não preciso pedir a ti
Minha vontade é bem maior
A decisão só cabe a mim...

[c] Preconceitos: Na Igreja do Absurdismo de Todos os Dias, todos os preconceitos são aceitos, todos os preconceitos são bem vindos. Abaixo o preconceito contra o preconceito.
[d] Sede: Provisoriamente, nossa sede funcionará na Prefeitura da cidade, sede do governo municipal (gentil oferta do alcaide). Futuramente, por meio de fraudes e métodos escusos, pretendemos obter terreno generoso que comporte nossa sede com capacidade para 200 mil pessoas (segundo estudos inicias).
[e] Casos omissos: serão decididos por Fundador I, de forma absoluta, sem qualquer possibilidade de contraditório, defesa ou recurso.
Ficam revogados todos os livros, regras, mandamentos, concílios, doutrina, sharias, toras, ou seja, tudo que for anterior à Igreja do Absurdismo de Todos os Dias.




p.s.: por ter lido esse texto, você deverá depositar 100 dinheiros na conta xxxx, agência xxx, banco xxx (titular, Fundador I) até dia 05 de agosto de 2010. Se tal data já tiver passado, favor acrescer juros de mora e correção monetária. Caso opte, aceitamos almas.

sábado, 18 de setembro de 2010

Placas do Brasil

 Ikadeira? Brincadeira!
 Verdadeiro conglomerado
Totalmente interior do Pará
 A flôr de Zíaco!!!?? aaaah... Afrodisíaco?
 Onde eles arranjam sobrancelhas?
 Essa foi fazida na inocência
 Que linda a sinceridade - gato sianês, só na ração, nunca comeu rato
 Dizem - não sei - que está é de Belém
 Serve-serve-se!!? ah... Self service
 Bem objetivo! Gostei.
 Sertamente ceremos...
 Pobres crianças
 onditá?
 Melhor tipo de gelo, o gelado. O quente eu acho muito aquoso.
Facilitando o trabalho da polícia

Foi culpa da Amarilis.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Fina ironia

Editor em surto negativo de criatividade.
(é mais bonito do que dizer "Estamos em Manutenção")

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Festa da Flavinha

Foi em Franca, Estado de São Paulo, que se deu a confusão.
A Flavinha do título, conhecida promotora de eventos na cidade, fazia uma festa open bar na AEC (Associação dos Empregados no Comércio), no Parque Castelo, área nobre, quando faltou CERVEJA. Era por volta de 2h30 da manhã e a galera (leia-se, 4 mil pessoas) se revoltou e começou o maior quebra-quebra.
"Muitos começaram a saquear o bar e a quebradeira foi generalizada. Na confusão R$ 5 mil foram roubados do caixa do clube, além de caixas de bebidas e até o revólver de um segurança. A polícia foi chamada e houve confronto com vidros sendo quebrados, assim como cadeiras, mesas e tudo mais que havia no salão. A quebradeira ganhou as ruas e carros também acabaram danificados. Policiais usaram bombas de efeito moral para controlar a confusão, que resultou em vários feridos, sendo sete atendidos no Pronto Socorro Municipal."
Segundo a Flavinha, pobre Flavinha, a culpa foi dos seguranças faltosos: ela havia contratado 40 e só apareceram 11 - para cuidar de toda a galera (leia-se, 4 mil pessoas) - e esses poucos não conseguiram segurar o estouro da boiada.
A nota do portal Cosmo termina de forma lacônica: "O mais incrível é que em Franca as festas do tipo open bar estão proibidas há anos por uma lei municipal. Porém, a mesma não é cumprida e não há fiscalização por parte da prefeitura."

Palavra do Dia n.º 33

Para aqueles que buscam descobrir o resultado das eleições num Estado sem pesquisas, aqui vai minha palavra do dia...


      Halomancia
      (halo- + -mancia)
      s.f.
      Adivinhação por meio de sal.


Peguem seus saleiros e respondam: Dilma ou Serra, Jatene ou Ana?

Correção

Segundo fonte segura, não houve qualquer forma de mobilização ou intenção, por parte da coligação Acelera Pará, no sentido de impugnar ou contestar a misteriosa pesquisa do Vox Populi. Teria havido, isso sim, receio por parte dos proprietários do jornal Diário do Pará que, diante do resultado (seja qual tenha sido), optaram pela sua não publicação. A bem da verdade, que fique escrito, publicado e registrado.

domingo, 12 de setembro de 2010

Mulher de garra

Outro dia vi uma senhora, candidata a Deputada Estadual, afirmando na propaganda eleitoral: "sou mulher, negra e lésbica. Vote em mim". A primeira pergunta que me passou pela cabeça foi - e as propostas, senhora candidata? E as propostas? E se é assim, lá vai: estou ficando gordo e careca. Pago duas pensões. Vote em mim! Simples assim, sem proposta nem nada. Vote somente pelas condições pessoais. Outra afirmação que me chama atenção, feita em diversas campanhas: "Vote na Fulana, uma mulher de garra"E para ajudá-los nesta árdua tarefa de escolher seu candidato, segue a foto da mulher de garra:

Sinuca de Bico

Pensem bem na sinuca de bico enfrentada pelo PT paraense:
Fato 1: Existe uma pesquisa para Presidente e existe uma pesquisa para Governador (e me refiro a esta última, do Vox Popoli, devidamente contestada pelo PT).
Fato 2: A pesquisa para Presidente dá como favas contadas a vitória de Dilma, do PT, já no 1º turno.
Fato 3: A pesquisa para Governador, por seu lado, garante a derrota de Ana Júlia, do PT, também no 1º turno.
Fato 4: Se o PT paraense alegar que pesquisa regional não significa nada, estará afirmando, também, que a pesquisa nacional não significa.
Fato 5: O PT paraense tenta, de todas as formas, evitar a divulgação da tal pesquisa, justamente para não se ver na citada sinuca de bico.
Fato 6: A lama do fundo e revolvida, os dejetos jactados no ventilador, e faz-se confusão maior, verdadeira curiosidade atiçada para o fato que se pretende esconder.
E aí não tem mais jeito...
Desqualificar uma pesquisa é desqualificar todas as pesquisas. Desqualificar a vitória de Jatene é desqualificar a vitória de Dilma. Desqualificar a derrota de Ana Júlia é desqulificar a derrota de Serra.

sábado, 11 de setembro de 2010

Perdidos

Ela é branca, tem olhos e cabelos castanhos, 1,60 metros de altura e cerca de 50 quilos. Deve ter aproximadamente 53 anos, mas ninguém sabe ao certo. E como ninguém sabe seu nome, a chamam de Paciente n.º 375, os números que substituem qualquer sinal de passado. A Paciente n. 375 está internada no Hospital das Clínicas da FMUSP, na rua Ovídio Pires de Campos, cidade de São Paulo, e faz parte de legião de pacientes não identificados que se encontram “gerenciados”* nas unidades de saúde particulares, conveniadas e não conveniadas do SUS, tudo sob a organização do Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo. Ao todo, são 79 pessoas sem identificação civil que, por uma razão ou outra, se viram perdidas e encontram-se sem a companhia de um familiar ou amigo. Algumas delas trazem, na face, a marca de condição especial qualquer, os trâmites burlescos que as vezes o cérebro possui e que impossibilitam a lembrança e a volta para casa. Noutras, tão numerosas quanto, é a velhice que marca o rosto, talvez o abandono familiar diante de pesado fardo. Há também quem esteja lá por ser vítima da violência, rostos dilacerados, atingidos de forma quase absoluta pela tragédia ao ponto de se tornarem meros vegetais. Mas há também os jovens, pessoas que poderiam ser este blogueiro ou você, escasso leitor, e que por sua juventude e aspecto de normalidade não deveriam estar ali.
Segundo informações da Folha de São Paulo, 45 destes “gerenciadosestão em hospitais da capital, quatro em Guarulhos, quatro em Santo André, seis em Mogi das Cruzes, uma em Arujá, uma em Santa Rita do Passa Quatro, uma em Campinas, uma em Osasco, uma em Botucatu, uma em Diadema, 11 em Ribeirão Preto, uma em Santos, uma na Praia Grande e uma em Várzea Paulista.
A Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo centraliza tais informações em um site com fotos e informações acerca de procedimentos (para inclusão de novos pacientes não identificados, e para o achamento de pacientes já internados).

* O termo “gerenciamento” é utilizado na Resolução SS-159 de 15/12/2005, do Governo do Estado de São Paulo