domingo, 20 de fevereiro de 2011

Dirigir na Europa

Uma auto estrada européia é algo incrível de se observar. Impossível não admirar a perfeição de tudo, desde a paisagem maravilhosa até o asfalto, impecável. Da organização, nem se fala: tudo, do pedágio até os postos de gasolina, áreas de descanso e lojas, tudo é sinalizado e ocupa seu espaço de forma pensada e racional. No trajeto todo, quase 2 mil quilômetros dirigidos por cinco países (França, Luxemburgo, Alemanha, Holanda e Bélgica), eu e meu pai vínhamos contando buracos no asfalto e chegamos à incrível marca de um. E se auto estrada européia é incrível, não há como descrever a auto estrada alemã - o aperfeiçoamento do que já era perfeito. Começa pela inexistência de limite de velocidade: você corre no limite de seu veículo, de sua perícia ou de sua prudência. Para que vocês tenham uma idéia, alugamos um Opel Zafira (que aqui é Chevrolet, que no final é a mesma coisa) empilhado de malas e passageiros. Mesmo assim o bom motor mostrou seu preparo, não fez feio e consegui me manter na média de velocidade da pista do meio - algo que variava entre 140 e 160 km/h. Sim, a pista do meio, de média velocidade, me exigia isso. Na pista da esquerda estavam os ''lentinhos", aqueles que transitavam entre 100 e 140 km/h. Já na pista da direita estava a liberdade: uma profusão de Mercedes, Audis, BMW, Porches... Enfim, tudo que corre muito e passava, tranquilamente, acima de 180 km/h. Eu também quis brincar, também sou filho de Deus, e numa hora mais calma me meti na pista da direita e pisei! Cheguei facilmente aos 210 km/h, momento em que a prudência fez freio na mente e eu, satisfeito, voltei à calmaria dos 160 km/h. O mais legal é que o asfalto, a pista e os motorístas fazem uma combinação tão tranqüila que os conduzidos, que dormiam no banco traseiro, nem perceberam a velocidade. Difícil pensar em uma barbeiragem, um buraco horrendo, um corpo que atravessa ou uma curva mal sinalizada. Difícil. No mais, o trânsito europeu (fora das grandes cidades) é absolutamente coletivo, diferente do trânsito daqui, completamente individual, onde o que vale é se dar bem não importa como (vide trafegar pelo acostamento, estacionar em vaga de deficiente e idoso...). O motorista de lá - e você sente bem isso - escolhe as suas atitudes pensando nos demais - e isso passa uma segurança fantástica.
Na parte prática, algumas dicas:
1. Alugue o carro diretamente pela internet. A variação de preço é absurda - no balcão o carro pode ficar 40% mais caro.
2. Faça questão do GPS - e pague o que for necessário. Sem a Maria Rotunda (nome da nossa GPS com sotaque luso) não teríamos conseguido nem sair de Paris.
3. Cuidado com a carteira de motorista: desta vez me pediram uma tal "carteira internacional", coisa que nunca pediram antes. Mesmo sem tê-la o carro foi alugado sem problemas, sinal claro de que não é algo fundamental (se fosse, pela rigidez das leis européias, nunca sairíamos com o carro da loja). As informações de todos os sites é de que basta a CNH e Passaporte.

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